Atualizado às 9h00
CABUL - O Taleban do Afeganistão jurou nesta segunda-feira, 12, vingança contra os "selvagens americanos com mentalidades doentes", uma clara resposta ao ataque de um sargento do Exército dos Estados Unidos que no domingo matou 16 civis - entre eles nove crianças - na cidade de Panjwai, na Província de Kandahar.
Veja também:Obama se diz entristecido por mortes Dez anos de guerra no Afeganistão
O Taleban irá "vingar-se dos invasores e dos assassinos selvagens por cada mártir", de acordo com um comunicado publicado no site do grupo insurgente. "Entre as vítimas, há um grande número de crianças inocentes, mulheres e idosos, martirizados pelos bárbaros americanos, que impiedosamente roubaram suas vidas preciosas e encharcaram suas mãos com sangue inocente", afirma, ainda o comunicado.
Os Estados Unidos ofereceram condolências às famílias dos mortos e prometeram que medidas serão tomadas contra quem for considerado culpado pelo massacre. Kandahar é considerada o berço do Taleban afegão.
As forças internacionais no Afeganistão, lideradas pelos Estados Unidos, ampliaram as medidas de segurança após o incidente do domingo temendo ataques de retaliação. A embaixada americana também alertou seus cidadãos no país asiático sobre a possibilidade de ações terroristas.
No mês passado, o Taleban assumiu a responsabilidade por diversos ataques que, segundo o grupo, foram uma resposta à queima de exemplares do Corão, o livro sagrado do islã, por soldados americanos no mês passado. Pelo menos seis soldados dos Estados Unidos morreram depois que protestos irromperam em todo o país.
Não houve sinais de protestos durante a manhã da segunda-feira, e também não se sabe como será a reação após o massacre de Kandahar. Os civis afegãos já sofreram uma série de ataques desde que as forças internacionais estão no país, mas raramente os incidentes são brutais e cruéis como o de domingo.
O incidente também voltou a colocar em questão a retirada das tropas dos Estados Unidos, já anunciada pelo presidente Barack Obama. A saída dos militares americanos já teve início, mas está prevista para terminar em 2014, embora ainda haja discussões sobre a capacidade das forças locais de manter o país estável e seguro. As informações são da Dow Jones.