PUBLICIDADE

Taleban recupera cidade estratégica e batalha se intensifica

Ofensiva contra insurgentes no Waziristão do Sul já deixou pelo menos 90 militantes e 14 militares mortos

Por Reuters
Atualização:

Militantes do Taleban atacaram forças paquistanesas e retomaram o controle de uma cidade estratégica nesta terça-feira, 20, segundo as autoridades. As forças do governo haviam capturado a pequena localidade de Koktai, origem do dirigente militante Hakimullah Mehsud, em combates na noite de segunda-feira, mas os militantes reagiram no dia seguinte, segundo o relato oficial.

 

PUBLICIDADE

Veja também:

link Exército do Paquistão ataca cidade-chave para o TalebanA luta pelo controle da turbulenta região do Waziristão do Sul é um importante teste para a capacidade do governo de enfrentar a insurgência, responsável por uma série de atentados recentes em várias partes do Paquistão. Na terça-feira, dois ataques suicidas na Universidade Islâmica de Islamabad mataram seis pessoas e feriram pelo menos 20 outras, disseram autoridades. O remoto e montanhoso Waziristão é um dos centros globais da militância islâmica, e a ofensiva está sendo atentamente acompanhada pelos EUA e por outros países envolvidos militarmente na guerra do vizinho Afeganistão. Uma fonte oficial de inteligência na região disse que sete militares, inclusive um major, e vários militantes morreram nos combates. Outra fonte informou que caças bombardearam posições do Taleban em Koktai e arredores, depois do contra-ataque dos militantes. Koktai, cidade-natal também de Qari Hussain Mehsud, considerado o "mentor dos homens-bomba" do Taliban paquestanês, é estrategicamente importante como acesso ao reduto militante de Sararogha. Não é possível verificar de forma independente os relatos que chegam da zona de combates, já que os jornalistas locais deixaram a região por causa do perigo, e os estrangeiros estão proibidos de entrar na área. O Exército diz que, desde o início da ofensiva, no sábado, 90 militantes e 14 militares morreram. O secretário americano de Defesa, Robert Gates, se disse encorajado com a ofensiva, mas afirmou que é cedo para avaliar seus resultados. O general David Petraeus, comandante das forças dos EUA na região, conversou na segunda-feira com comandantes e autoridades paquistanesas. Militares e analistas dizem que as forças oficiais enfrentam menos resistência do que o esperado, mas que, ao se aproximarem de redutos dos militantes em florestas montanhosas, os combates devem se intensificar. Cerca de 28 mil soldados enfrentam estimados 10 mil militantes, sendo cerca de mil combatentes uzbeques e alguns membros árabes da Al Qaeda. Os militantes tiveram anos para preparar trincheiras e esconderijos, mas os militares dizem ter cercado toda a zona rebele e estar atacando a partir do norte, do sudoeste e do sudeste. Antevendo a ofensiva, mais de 100 mil civis fugiram do Waziristão do Sul, sendo cerca de 26 mil desde o último dia 13, segundo a ONU.

 

Último balanço

 

Segundo as autoridades paquistanesas, pelo menos 12 insurgentes e quatro soldados morreram nas últimas 24 horas da ofensiva. Em comunicado, o Exército afirmou que três militares ficaram feridos em ataques insurgentes dentro da operação.

 

As tropas mataram 12 insurgentes em uma ação militar na área de Kund, onde três veículos foram destruídos. Já os militares foram mortos nas áreas de Kaskai e Shisanwam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.