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Taleban recusa acordo com presidente do Afeganistão

Líderes da milícia não aceitam dialogar enquanto o país estiver ocupado

Por Agencia Estado
Atualização:

Líderes da milícia Taleban informaram neste sábado, por meio de comunicado, que se recusam a conversar com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, enquanto houver tropas estrangeiras no país. No comunicado, assinado por Muhammad Hanif, que se diz militante do Taleban, descarta-se qualquer possibilidade de conversa com Karzai, cuja administração foi classificada como um "governo fantoche". "Nós voltamos a afirmar que não há possibilidade de estabelecer um diálogo enquanto o país estiver ocupado", diz a mensagem. O comunicado diz ainda que o único interesse da liderança Taleban é "expulsar os invasores do país e levar a julgamento os fantoches do governo". Na sexta-feira, Karzai declarou à imprensa, em Cabul, que estava preparado para negociar com o líder do Taleban, mulá Mohammad Omar, foragido desde 2001, quando o regime foi derrubado, ou com qualquer interessado na paz e segurança do Afeganistão. "Se qualquer um, incluindo mulá Mohammed Omar, quiser negociar, nós estamos prontos. Mas eles teriam de parar de aceitar ajuda de estrangeiros", disse Karzai, numa referência ao Paquistão, acusado de dar apoio à milícia. Karzai já havia feito uma proposta semelhante em janeiro, quando disse que não faria nada contra Omar se ele aceitasse estabelecer um acordo de paz. Desde que a milícia caiu em 2001, após as forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos invadirem o país, os combates e as mortes têm sido freqüentes dos dois lados. Apesar dos combates, desde 2004, centenas de seguidores do Taleban têm se reconciliado com o governo, posição que não é seguida pela liderança da milícia. O paradeiro do líder do Taleban é um mistério. Karzai declarou, na semana passada, que há informações de que Omar estaria escondido na cidade de Quetta, no Paquistão. O governo dos EUA oferece uma recompensa de US$ 10 milhões pelo líder.

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