O Comitê Nacional Democrata anunciou que quer fortalecer os movimentos de base e garantiu que as pequenas doações sejam levadas em conta para definir quais candidatos poderão participar dos debates. Publicamente, os democratas criticam o financiamento por meio de comitês de empresas e sindicatos, que arrecadam milhares de dólares em todo o país.
“No passado, nos EUA, se os candidatos tivessem doadores muito ricos, eles falariam abertamente sobre isso. Não estamos mais vendo isso no lado democrata”, afirma Michael Toner, ex-presidente do Comitê Federal Eleitoral americano.
A dispersão de candidatos democratas também dificulta as doações de grandes quantias. Joe Biden, considerado um dos quadros mais competitivos do partido, deve anunciar a candidatura na quarta-feira. Mas para competir com Trump, segundo analistas, as pequenas doação não bastam. “Teremos mais ênfase em doações maiores conforme avançarmos na campanha, porque os candidatos precisarão levantar muito dinheiro para as prévias”, afirma Toner.
O financiamento miúdo está associado à nova política. Uma pesquisa do American for Financial Reform e do Center for Economic Policy Research mostrou que os novos congressistas, eleitos em 2018, usaram mais pequenas doações do que os que foram reeleitos.
No caso dos democratas, os novos deputados levantaram, em média, 17% do dinheiro com pequenos doadores. Já os deputados democratas reeleitos levantaram 9% da arrecadação em quantias baixas. Alexandria Ocasio-Cortez, estrela jovem do partido, financiou 62% de sua campanha com pequenas doações. Segundo Toner, os extremos, de qualquer espectro político, têm traços comuns. “Os extremos são antiestablishment”, diz Toner.