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Tanques e tropas de Israel invadem a Faixa de Gaza

Operação foi autorizada pelo ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz

Por Agencia Estado
Atualização:

Forças terrestres apoiadas por carros de combate do Exército israelense invadiram hoje Gaza após uma operação de várias milícias palestinas contra uma base militar em solo israelense, na qual morreram cinco de seus combatentes e pelo menos seis soldados israelenses ficaram feridos. A informação sobre a invasão de tropas e tanques do Exército foi divulgada pouco antes das 10h (4h de Brasília) pela emissora das Forças Armadas israelenses, "Galei Tzahal". A decisão foi tomada após uma reunião do comandante das Forças Armadas israelenses, general Dan Halutz, com o Estado-Maior. A operação foi autorizada pelo ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz. Os milicianos admitiram a perda de quatro de seus integrantes, embora fontes israelenses tenham informado sobre uma quinta baixa palestina durante uma perseguição. Um dos soldados israelenses sofreu o impacto de estilhaços no olho, segundo fontes médicas. O ataque combinado de várias unidades da resistência palestina - entre elas uma de oito combatentes que conseguira chegar, através de um túnel subterrâneo, de Gaza à base de militar de Telem, junto à passagem fronteiriça de Kerem Shalom - era objeto de debate no Conselho de Ministros presidido por Ehud Olmert. As Forças Armadas já estavam dispostas a promover uma operação de grande escala há algumas semanas, por causa da intensificação de ataques de represália por parte dos palestinos com seus foguetes Qassam contra posições israelenses, entre elas a cidade de Sderot. Os milicianos desmentiram hoje terem chegado à base através do túnel, e afirmaram que o fizeram depois de romperem a cerca fronteiriça entre Gaza e Israel. A operação combinada dos combatentes do Movimento Islâmico Hamas, da Jihad Islâmica, dos Comitês Populares da Resistência (CPR), e de uma nova organização denominada "Exército Islâmico" foi iniciada por volta das 6h (meia noite de sábado de Brasília). O primeiro-ministro israelense e o titular de Defesa foram informados pelos comandantes no terreno sobre os choques armados, que também ameaçavam os residentes de dois kibutz próximos à passagem fronteiriça de Karem Shalom. Segundo fontes militares israelenses, a operação combinada de várias facções não tem precedentes, e se assemelha às da milícia libanesa pró-iraniana do Hisbolá (Partido de Deus). Fontes das facções palestinas disseram que a operação é uma represália pelo assassinato, há três semanas, do chefe dos Comitês Populares, Jamal Abu Samhadana, e pela morte de mais de 20 civis de Gaza em ataques da Força Aérea israelense. O escritório do primeiro-ministro desmentiu hoje as informações publicadas na Arábia Saudita pelo jornal "Okaz" de que, na última quinta-feira, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, teria entregado a Olmert uma carta na qual comunicava que o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, tinha aceitado um cessar-fogo e aprovado uma proposta de paz com Israel. Segundo o jornal saudita, a carta de Abbas dizia que todas as facções se comprometiam a um cessar-fogo caso Israel suspendesse seus ataques. Fontes do Hamas em Gaza também desmentiram essa informação, uma vez que o movimento se recusa a reconhecer Israel.

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