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Tanques israelenses entram atirando em Gaza

Por Agencia Estado
Atualização:

Tanques israelenses entraram com suas metralhadoras disparando em território palestino, nesta segunda-feira, disseram testemunhas, um dia depois de dois policiais palestinos terem sido assassinados e uma escola particular ter sido atingida por fogo israelense, num momento em que os Estados Unidos aumentam seu envolvimento nos esforços de paz para o Oriente Médio. Na Cisjordânia, três motoristas israelenses foram feridos numa emboscada. Um deles se encontra em estado grave, segundo o Exército israelense. A Brigada Al-Aqsa - grupo ligado ao movimento político Fatah -, assumiu a autoria do atentado. A violência ocorre justo quando o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, apela a ambos os lados para esforçarem-se pela paz. De acordo com Powell, a visão norte-americana da paz no Oriente Médio abrange um Estado palestino independente, convivendo pacificamente com o Estado de Israel. Ele também pediu a Israel que remova os bloqueios rodoviários, suspenda as restrições e interrompa as operações militares contra os palestinos. "Muitas mulheres e crianças palestinas foram assassinadas, e isto também deve parar", afirmou Powell. Em discurso na Universidade de Louisville, ele afirmou que o Estado judeu deve parar de construir assentamentos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e que a ocupação deve acabar. O discurso indica a intenção norte-americana de voltar a envolver-se profundamente no processo de paz para a região, após um afastamento de muitos meses, período durante o qual a violência prosseguiu. Na incursão desta segunda-feira, três tanques israelenses avançaram aproximadamente 900 metros em território palestino nas proximidades de Beit Hanoun, cidade situada no norte da Faixa de Gaza. Testemunhas disseram que soldados disparavam a esmo as metralhadoras posicionadas na parte superior dos tanques. O Exército israelense não comentou o episódio. Na noite deste domingo, dois palestinos armados foram mortos pelo fogo dos tanques israelenses, aproximadamente um quilômetro ao sul do assentamento judaico de Dugit, no norte de Gaza, informou um porta-voz do Exército israelense, capitão Jacob Dallal. No entanto, a polícia palestina informou que os oficiais mortos, membros da polícia naval, foram assassinados cerca de cinco quilômetros ao sul de Dugit. O comandante da polícia palestina em Gaza, brigadeiro-general Abdel Razek Majaida, disse que membros da polícia naval, que testemunharam o incidente, contaram a ele que os dois homens estavam feridos e caídos no chão quando foram assassinados por soldados israelenses. Dallal nega as acusações. Sua versão é que "os terroristas armados estavam se aproximando do assentamento e foram baleados e mortos". Médicos palestinos constataram que os tanques passaram por cima dos cadáveres. O corpo de uma das vítimas foi mutilado, e sua cabeça estava esmagada. No mesmo incidente, dois tanques israelenses e um blindado de transporte de pessoal entraram cerca de um quilômetro até o bairro de Sudaniyeh, na cidade litorânea de Beit Lahia, disseram oficiais palestinos. Os veículos lançaram bombas e ativaram suas metralhadoras. Duas bombas abriram buracos no chão da Escola Internacional Americana, onde professores norte-americanos lecionam para crianças palestinas. Funcionários da escola não comentaram o incidente. Uma grande bandeira norte-americana tremula no topo do prédio. Os Estados Unidos pediram aos soldados israelenses que se afastem das áreas palestinas. Israel vem afirmando que fará tudo o que julgar necessário para evitar ataques de extremistas palestinos contra cidadãos israelenses.

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