Tarefa no Afeganistão é pior do que se esperava, diz ministro britânico

Para ministro da Defesa, ´a tenacidade dos talebans é uma surpresa´

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Por Agencia Estado
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O ministro da Defesa do Reino Unido, Des Browne, reconheceu nesta terça-feira que a operação aliada no Afeganistão é "mais difícil" do que se esperava, por causa da firme resistência dos talebans. "Sempre soubemos que o sul do Afeganistão seria duro. Temos que aceitar que foi mais duro do que esperávamos", disse Browne, no Royal United Institute de Londres. "A tenacidade dos talebans mesmo após perdas maciças é uma surpresa, exigindo um esforço maior que o esperado e, em conseqüência, atrasando a reconstrução do país", admitiu. No entanto, o ministro insistiu que a situação está melhor em outras áreas do país. Disse que o Afeganistão tem novas escolas e hospitais, mais empregos e assiste a um retorno de refugiados desde queda do "brutal regime" dos talebans, derrubado em 2001. O ministro afirmou que a operação conseguiu um "amplo apoio" em nível internacional e que seu sucesso é "essencial" para a segurança global. "Não estamos invadindo. Estamos ali a convite de um Governo que tem legitimidade e apoio", acrescentou Browne. Após admitir que a Otan "ainda está aprendendo" no Afeganistão, Browne disse que alguns países ainda duvidam que a missão possa ter sucesso, enquanto outros estão preocupados com o "nível de risco" para os soldados. Mas acrescentou que a missão é vital, não só para a região mas para todo o mundo e para a credibilidade da Otan. "As nações da Otan devem reafirmar seu propósito original e enviar um sinal claro de que a aliança é forte e está determinada a levar adiante a sua missão", ressaltou o ministro. Na semana passada, o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, disse à BBC que serão necessárias mais forças no Afeganistão, porque a resistência dos talebans é maior que a esperada. A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), sob comando da Otan, controla a segurança em 85% do território afegão. A sua missão é impor a autoridade do Governo e criar um clima propício à reconstrução do país. O Reino Unido, que assumiu em maio o comando da Isaf no Afeganistão, tem 4 mil soldados no sul do país, onde a situação de segurança vem se deteriorando nos últimos meses. Confronto Onze rebeldes talebans morreram num confronto com tropas do Exército afegão e da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) no sul do Afeganistão. O porta-voz da Isaf em Cabul, o capitão Luke Knittig, disse nesta terça-feira que as tropas foram atacadas na segunda-feira por um grupo de rebeldes talebans no distrito de Garmser, na província de Helmand. Knittig explicou que 11 insurgentes morreram. Os militares afegãos e da Isaf, acrescentou, não sofreram baixas. A força multinacional perdeu na segunda-feira quatro canadenses num ataque na província vizinha de Kandahar, que feriu 27 pessoas, em sua maioria crianças. Além disso, 18 civis afegãos morreram em dois atentados em outras partes do país.

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