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Teerã diz ter conduzido pesquisa com fusão nuclear

O processo traz a promessa de uma fonte de energia limpa e inesgotável, mas também pode ser usado para a construção de uma bomba de hidrogênio

Por Agencia Estado
Atualização:

O Irã realizou pesquisas com fusão nuclear, declarou um alto funcionário do programa atômico iraniano citado pela televisão estatal nesta segunda-feira. O processo traz a promessa de uma fonte de energia limpa e inesgotável, mas também pode ser usado para a construção de uma bomba de hidrogênio. "Cientistas nucleares iranianos estão competindo com o mundo avançado no campo da produção da energia atômica por meio de fusão", declarou Sadat Hosseini, o funcionário citado pela tevê estatal do Irã. Hosseini coordena o departamento técnico do Centro de Pesquisas da Organização de Energia Atômica do Irã. Segundo ele, o país começou a pesquisar a fusão nuclear cinco anos atrás. Não ficou claro porque o Irã resolveu fazer o anúncio somente agora. O anúncio parece fazer parte da política desafiadora de Teerã, que rejeita os pedidos da comunidade internacional para que encerre seu programa de enriquecimento de urânio como uma prova de que não está tentando construir armas nucleares. O processo A fusão nuclear é um processo por meio do qual múltiplos núcleos aglomeram-se para formar um núcleo mais pesado. O processo acompanha a liberação ou absorção de energia de acordo com as massas envolvidas. A fusão reproduz a fonte de energia do sol e não emite gases que danificam a camada de ozônio. Segundo projeções, até o final do século, entre 10 e 20% da energia mundial poderá ser obtida por meio da fusão. O uso pacífico para a fusão ainda é experimental. Na semana passada, a União Européia, Estados Unidos, Japão, China e Rússia assinaram um acordo de US$ 12,8 bilhões para a construção de um projeto experimental de fusão. O consórcio entre as sete nações, que inclui a Índia e a Coréia do Sul, estabelece a construção de um Reator Termonuclear Experimental Internacional (RTEI), em Cadarache, na França. Caso as experiências sejam bem sucedidas, os oficiais pretendem construir uma usina no local por volta de 2040. A preocupação mundial sobre o programa nuclear baseia-se no temor de que o Irã ambicione construir uma arma nuclear de fissão, cujo poder de destruição é centenas de vezes menor que o de uma bomba de fusão. Os cinco membros do Conselho de Segurança com poder de veto - Rússia, China, Reino Unido, França e Estados Unidos - mais a Alemanha devem se reunir na quarta-feira em Londres para discutir um plano para persuadir o Irã a encerrar o enriquecimento de urânio. Os ministros do Exterior dos seis países conseguiram resolver suas diferenças e estabelecer um pacote de benefícios e sanções para apresentar ao Irã.

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