19 de novembro de 2012 | 02h04
Duas vezes as sirenes de Tel-Aviv soaram ontem, avisando pela manhã e à tarde que um foguete da Faixa de Gaza estava a caminho. Em uma população acostumada a acompanhar as guerras de Israel pelos jornais, vários ignoraram o aviso, enquanto outros apertaram o passo em direção a um abrigo. Os poucos que se via correndo pela rua, desesperados, eram turistas.
"Chega, amanhã vou embora daqui", disse a canadense Irene Reagan, ao conseguir abrigo no porão de um hotel. Ela chegou há quatro dias em Israel, mas decidiu pegar o próximo voo de volta a Ontário. Os funcionários do hotel que dividiam o abrigo a observavam como se não entendessem a reação.
Pela primeira vez desde a Guerra do Golfo, em 1991, o centro populacional de Israel está sob ameaça direta de foguetes, mas ninguém ousa prever qual será o efeito psicológico das sirenes de Tel-Aviv sobre a população. O clima não é de pânico, mas tampouco é de alienação total, como na última invasão de Gaza, há quatro anos. À época, o raio de ação do Hamas incluía apenas cidades vizinha. Agora, alcança cerca de 3,5 milhões de israelenses.
Com a nova onda de violência em Gaza, além de um possível confronto com o Irã no futuro, a imagem de Tel-Aviv como "a bolha" de segurança no mar da instabilidade do Oriente Médio parece cada vez mais distante.
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