Tel-Aviv expulsa diplomatas de Caracas

Para chanceler venezuelano, medida israelense é motivo de ''orgulho''

PUBLICIDADE

Por AP E REUTERS
Atualização:

O governo de Israel anunciou ontem a expulsão do corpo diplomático da Venezuela e o rompimento definitivo das relações entre os dois países. A medida foi tomada após a Venezuela ordenar, no dia 14, a saída dos diplomatas de Israel de seu território, em protesto contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza - qualificada pelo presidente Hugo Chávez de "holocausto". O Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que o embaixador venezuelano e outros dois funcionários devem deixar Israel até sexta-feira. Foi a primeira expulsão de diplomatas do território israelense desde 1973. Apesar de Chávez ter anunciado há duas semanas o fim das relações bilaterais, a representação da Venezuela em Tel-Aviv não havia sido fechada. O presidente boliviano, Evo Morales, também rompeu relações com Israel no dia 14. Em entrevista à rede de TV Al-Jazira, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou ontem estar honrado com o anúncio da expulsão de seu país. "A resposta do Estado de Israel é fraca, tardia e, em todo caso, constitui uma honra para nós", disse Maduro. "Estamos orgulhosos de que o Estado israelense que existe hoje, comandado por esses criminosos, tenha tomado essa decisão." Os comentários do ministro foram colocados no site oficial da chancelaria. Maduro negou as acusações de que o governo Chávez incite o antissemitismo na Venezuela. "Todos os muçulmanos, cristãos e judeus sabem que racismo não é e nem será um problema em nossa sociedade", disse. Após o anúncio da expulsão do embaixador israelense em Caracas, no dia 14, centenas de manifestantes protestaram diante da embaixada de Israel, atirando sapatos contra a entrada do prédio. Suásticas também foram pintadas em uma sinagoga da região. As relações entre Israel e a Venezuela já estavam estremecidas antes mesmo da ofensiva em Gaza, iniciada no dia 27, por causa da proximidade entre Chávez e o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad. O Irã é um dos principais aliados do grupo palestino Hamas e do libanês Hezbollah.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.