
05 de dezembro de 2010 | 16h59
Outros países árabes do Golfo Pérsico também são importantes no financiamento aos extremistas, informaram os documentos, indicando que as autoridades do Catar e do Kuwait são displicentes em investigar e processar seus cidadãos que fazem doações a grupos extremistas.
Para o governo da Arábia Saudita, o desafio é impedir transferências de dinheiro e doações durante as peregrinações islâmicas do Hajj e da Umrah, quando os extremistas enviam agentes ao reino da Arábia sob o disfarce de peregrinos muçulmanos piedosos, de acordo com os documentos.
Não houve acusação contra funcionários do governo saudita, de apoiarem os extremistas. O telegrama, contudo, afirma que o reino da Arábia fez "progresso significativo" sob a pressão americana para lidar com o problema, especialmente desmantelando canais de doação de dinheiro para a Al-Qaeda. Contudo, acrescenta que "Riad tomou apenas uma ação limitada" para interromper o fluxo de dinheiro ao Taleban e ao Lashkar-e-Taiba, o qual lançou ataques no Afeganistão, Paquistão e Índia.
O telegrama afirma que outros Estados do Golfo permanecem importantes como fontes de financiamento para o extremismo islamita, assinalando o Catar com "o pior na região" em matéria de cooperar com Washington. A atitude do Catar, segundo o documento, é "em grande parte passiva" na abordagem do problema do financiamento ao extremismo, com as forças de segurança "hesitantes em agir contra terroristas manifestos" porque os governantes temem ser vistos pela população como amigos dos Estados Unidos.
Dependência da CIA - O telegrama também mostra uma forte dependência do reino saudita em relação aos EUA nas questões de espionagem e inteligência. O Ministério do Interior da Arábia "permanece quase totalmente dependente da CIA para obter apoio de análise e direção às suas operações contra o terrorismo", revelou um telegrama de fevereiro, enviado pela Embaixada americana em Riad ao Departamento de Estado. "Como tal, nosso sucesso contra o financiamento ao terror no reino permanece diretamente ligado à nossa habilidade em prover informações aos nossos congêneres sauditas." As informações são da Dow Jones.
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