PUBLICIDADE

Telegramas no WikiLeaks mostram laços dúbios dos EUA com regime criticado na Ásia

Diplomatas veem Uzbequistão como corrupto, mas país tem rota de suprimentos crucial, relata o 'Guardian'.

Por BBC Brasil
Atualização:

País é citado por desrespeito aos direitos humanos A antiga República soviética do Uzbequistão é vista pelos Estados Unidos como um país repleto de "corrupção endêmica", crime organizado, trabalho forçado e torturas, segundo telegramas diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks e publicados neste domingo pelo jornal britânico Guardian. No entanto, apesar das críticas ao país, o Estados Unidos mantinham bons laços com o presidente uzbeque, Islam Karimov, porque ele permite o funcionamento de uma importante rota de suprimentos militares para as tropas que combatem no Afeganistão, segundo o jornal. Diversos telegramas citam a vida glamourosa levada pela filha de Karimov, Gulnara, descrita num dos documentos como "a pessoa mais odiada do país". Ela supostamente obtém fatias em negócios lucrativos no país e passa a maior parte de seu tempo em Genebra e na Espanha. O embaixador britânico no país, Rupert Joy, foi criticado por grupos de direitos humanos em outubro por ter dado visibilidade a Gulnara ao aparecer ao seu lado em um desfile de moda. Prêmio Os telegramas publicados pelo Guardian revelam que o governo do Uzbequistão se irritou com um prêmio entregue pela chanceler americana, Hillary Clinton, a uma ativista de direitos humanos uzbeque que havia acabado de sair da prisão. Isso foi seguido de uma "ameaça implícita" de suspender o tráfico de suprimentos ao Afeganistão através do Uzbequistão. "Pressioná-lo (Karimov) pode nos custar o trânsito (por rotas uzbeques)", dizia um documento da embaixada americana no país, de acordo com o jornal. Outro documento cita "elos próximos entre o crime organizado e o governo uzbeque", dizendo que tanto o setor público como o prívado são comumente "comprados". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.