'Sem eleições, Venezuela perderá condições de convivência no Mercosul', pressiona Temer
Presidente reiterou preocupação com os venezuelanos e declarou que o governo brasileiro "espera" uma próxima reunião do bloco 'para decidir' o que será feito pelos outros membros em relação a Caracas
Por Redação
Atualização:
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer afirmou neste sábado, 22, em entrevista à agência de notícias Efe esperar uma solução pacífica para a crise na Venezuela e ela só será resolvida com "eleições livres". Mas o mandatário advertiu que, se elas não acontecerem, o país perderá as "condições de convivência" no Mercosul.
Temer reiterou a "preocupação profunda" com o "povo venezuelano" e declarou que o governo brasileiro "espera" uma próxima reunião do Mercosul "para decidir" o que será feito pelos outros membros em relação à Venezuela no bloco.
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Temer reforçou que, no âmbito do Mercosul, há uma pressão para que "haja logo uma solução política na Venezuela, pois não pode continuar essa situação que existe". Ele afirmou ter a mesma opinião do presidente da Argentina, Mauricio Macri, de que essa solução tem de ocorrer rapidamente, pois de outro modo o governo presidido por Nicolás Maduro não terá "condições de convivência no Mercosul".
O presidente também lembrou que o Brasil ofereceu ajuda humanitária à Venezuela e se referiu a uma doação de medicamentos, que estão em falta no país vizinho, a qual foi recusada.
Entre outros temas, Temer comentou a "avalanche de venezuelanos que estão entrando no Brasil por meio de Roraima", onde afirmou que há "milhares" de cidadãos do país vizinho.
Esse fluxo em massa no território brasileiro foi constatado pela ONG Human Rights Watch (HRW), que em um relatório divulgado nesta semana afirmou que o número é uma prova de que a "crise humanitária" superou as fronteiras.
A preocupação em relação à crise venezuelana é compartilhada por muitos países, entre eles a Espanha - cujo presidente, Mariano Rajoy, iniciará uma visita ao Brasil na próxima segunda-feira, quando será recebido por Temer.
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Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esse assunto "certamente" será discutido por Rajoy e Temer, que concordam que devem ser apoiadas todas as iniciativas destinadas a buscar "uma saída pela via institucional" para a crise venezuelana. / EFE
Protestos e saques na Venezuela deixam comércios destruídos
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