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Temor causa saída em massa de Tóquio

Estudante brasileiro volta para casa, pois não confia nas informações sobre radiação

Por Guilherme Russo
Atualização:

A madrugada de hoje começava no Japão quando o brasileiro Marcionilo Euro Carlos Neto, de 25 anos, decidiu encerrar sua temporada na cidade de Chiba, onde desde agosto realizava um intercâmbio estudantil. "Não estou satisfeito com as notícias sobre a usina de Fukushima. Parece que o governo está escondendo muita coisa."Ontem, o movimento continuava intenso nos aeroportos internacionais do Japão, com milhares tentando embarcar para fugir da radiação. As companhias aéreas aumentaram o número de voos para dar mais agilidade à retirada.Muitos dos passageiros foram submetidos a testes de radiação ao desembarcarem em outros países. Em Taiwan, 25 pessoas apresentaram níveis de contaminação acima do normal. Na Coreia do Sul, foram três. Um número crescente de governos está aconselhando seus cidadãos a deixarem o Japão. No início, Neto até cogitou ficar. Ao Estado, contudo, ele contou que as notícias "cada vez piores" sobre a crise nuclear o convenceram a voltar e retomar a faculdade de letras em Juiz de Fora - sua família é de Espera Feliz (MG)."O que o governo japonês está fazendo (para conter a radioatividade) não está adiantando", afirmou. Neto ficou impressionado com a "falta de preocupação" dos moradores de sua cidade com a possível contaminação radioativa. "Em Tóquio (a 50 quilômetros de onde vive), houve contaminações, mas aqui (em Chiba) todos voltaram às ruas normalmente já na segunda-feira." Intérprete e professor de inglês, espanhol e japonês, ele disse que procurou ajuda da empresa de consultoria linguística em que trabalha em Juiz de Fora. "Eles ligaram para a companhia aérea e conseguiram marcar minha passagem de volta." / COM REUTERS

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