
27 de junho de 2008 | 14h36
Após 12 horas de votação, as urnas da eleição presidencial do Zimbábue, que ocorreu nesta sexta-feira, 27, foram fechadas. O presidente do país, Robert Mugabe, concorreu sozinho. Os primeiros indicadores mostram que a participação dos eleitores foi menor que no primeiro turno, em 29 de março, vencido pela oposição. Veja também: Oposição diz que eleitores são obrigados a votar no Zimbábue País deve ser para África do Sul o que o Tibete é para a China Leia artigo de Morgan Tsvangirai Tsvangirai: de líder sindical a inimigo do regime Mugabe, ditador do Zimbábue há quase 30 anos Mais cedo, o líder opositor Morgan Tsvangirai, afirmou que os eleitores estavam sendo forçados a votar, mas que milhares já se negaram a participar do pleito. O rival de Mugabe disse ainda que o segundo turno presidencial realizado no país é ato de uma ditadura desesperada em busca de legitimidade. Forças paramilitares e grupos de partidários do governo patrulhavam a capital do Zimbábue, Harare, enquanto agentes conduziam os eleitores até as urnas para a realização do pleito. Tsvangirai está boicotando a votação por causa da violência e intimidação sofridas pelos seus partidários. Seu nome permanece, entretanto, na cédula eleitoral. Pressões Os Estados Unidos e a Alemanha disseram que o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai considerar a possibilidade de sanções contra o Zimbábue quando se reunir na próxima semana. A Comissão Européia disse que o segundo turno das eleições presidenciais do Zimbábue é uma "fraude" e que não reconhecerá os resultados como legítimos. "A Comissão Européia, assim como a ONU, não considera essa eleição legítima ou válida", disse Krisztina Nagy, porta-voz do Executivo da União Européia. Mugabe, de 84 anos, que governa ininterruptamente o Zimbábue desde sua independência do Reino Unido, em 1980, jurou que o partido de Tsvangirai - Movimento Democrático Para Mudança (MDC) - nunca conseguirá a presidência enquanto ele e os que lutaram pela libertação zimbabuana estiverem vivos. Na semana passada, ele ainda afirmou que "só Deus" poderia retirá-lo do cargo.
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