Terremoto não afetará percepção positiva de seu governo, diz Bachelet

BBC acompanha último dia de presidente do Chile, que deixa poder com 84% de popularidade.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

Em seu último dia antes de deixar o cargo, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse, em entrevista exclusiva à BBC, que o tragédia que atingiu o país no final de seu mandato não afetará a percepção positiva de seus quatro anos de governo. "Tenho visitado os locais atingidos e conversado com as famílias, e a primeira coisa que me dizem não é: 'Precisamos de ajuda'", afirmou. "Eles me dizem: 'Obrigado por esses quatro anos, obrigado pelo que a senhora fez pelas mulheres, obrigado pelo que a senhora fez por nossos filhos, obrigado pela casinha que a senhora me deu, ainda que agora ela já não exista mais.'." "Creio que, ao me receber, as pessoas estão fazendo uma avaliação dos meus quatro anos de gestão." A socialista Bachelet, a primeira mulher a governar o Chile, passa a faixa presidencial ao direitista Sebastián Piñera nesta quinta-feira, em Valparaíso. Apesar da catástrofe ocorrido há doze dias, ela deixa o governo com 84% de popularidade, segundo as últimas pesquisas de opinião. Insegurança Bachelet, no entanto, reconhece que a população ainda está insegura. "As pessoas também se queixam de suas necessidades imediatas e de suas preocupações com o futuro", disse. "Este (o meu) governo teve uma política de proteger os cidadãos e neste sentido eles sentem uma certa insegurança com o futuro." Em suas últimas 24 horas no poder, a presidente chilena visitou o vilarejo costeiro de Bucalemu, um dos locais atingidos pelo terremoto e pelo tsunami de 27 de fevereiro. Bachelet recusou as críticas recebidas em relação à resposta das autoridades ao desastre. "Francamente, há uma discussão um pouco artificial. Porque foi feito tudo o que se podia fazer", disse. "Sempre há generais que, depois da batalha, creem que teriam feito melhor. Mas nós tomamos todas as medidas que a informação nos permitia." Quase 500 pessoas morreram na tragédia e outras centenas estão desaparecidas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.