Um terremoto de 6,6 graus na escala Richter atingiu na noite de domingo o Quirguistão, na Ásia Central, matando 72 pessoas e destruindo centenas de casas. O tremor também foi sentido nos vizinhos Tajiquistão e Usbequistão, mas a área mais devastada foi a região montanhosa do sul do Quirguistão, especialmente a cidade de Nura, na fronteira com a China. "A situação no local é terrível. Nura foi completamente destruída. Já contamos mais de 60 mortos e há centenas de feridos", disse o ministro de Situações de Emergência, Kamchybek Tashiyev. O governo informou que estava usando quatro helicópteros para transportar os feridos de Nura até um hospital em Osh, a mais de 100 quilômetros de distância. O número de vítimas do terremoto pode aumentar, segundo o Ministério da Saúde, já que o socorro ainda não chegou a toda a população afetada. Segundo um comunicado do governo, "os meios de comunicação precários e a destruição das estradas estão prejudicando a chegada das equipes de resgate aos vilarejos mais remotos". AJUDA Com viagem marcada para o Quirguistão no fim desta semana, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, enviou condolências ao governo e afirmou que Moscou enviará ajuda humanitária ao país, onde mantém uma base aérea militar. O terremoto foi seguido de diversos tremores secundários, de até 5,3 graus, sentidos em toda a região. No entanto, sismólogos disseram que não há como provar que os terremotos que atingiram ontem o Tibete, a 2 mil quilômetros dali (leia mais ao lado), estivessem ligados aos tremores do Quirguistão. A Ásia Central - localizada entre Afeganistão, Irã, Rússia e China - é freqüentemente atingida por terremotos. Somente nos últimos dois anos, dois poderosos tremores causaram danos e mortes no Quirguistão. Em 1966, Tashkent, capital do Usbequistão, foi totalmente devastada por um terremoto, que deixou centenas de milhares de desabrigados.