Terroristas de Jacarta eram hóspedes de hotel

Ação que deixou 9 mortos e 50 feridos na Indonésia foi preparada em uma suíte do Marriot

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Por AFP e AP E REUTERS
Atualização:

A polícia indonésia disse que os terroristas envolvidos nos atentados a bomba que deixaram 9 mortos e 50 feridos em dois dos principais hotéis de luxo de Jacarta ontem (noite de quinta-feira em Brasília) eram hóspedes do Hotel Marriot e usaram uma de suas suítes como base para preparar os atentados. Além do Marriot, outro hotel frequentado por turistas estrangeiros no mesmo bairro, o Ritz-Carlton, também foi atacado. Os dois atentados foram praticamente simultâneos, com um intervalo de apenas cinco minutos. Testemunhas disseram que a primeira explosão, no restaurante do Marriot, ocorreu na hora em que era servido o café da manhã. O terrorista teria detonado a bomba que levava junto ao corpo, matando a si mesmo e a outras seis pessoas. Em seguida, outro suicida entrou no restaurante do Ritz-Carlton e detonou os explosivos. Um hóspede e o suicida morreram. O grupo terrorista Jemaah Islamiyah (Comunidade Islâmica) - apontado como um braço da rede da Al-Qaeda no Sul da Ásia - é suspeito de organizar a ação. De acordo com a polícia, os terroristas hospedaram-se no Marriot na quarta-feira, quando começaram a preparar os explosivos. Os investigadores afirmam ter encontrado uma bomba não detonada dentro de uma bolsa de laptop no 18º andar do Marriot. ESTRANGEIROS Entre os mortos e feridos há cidadãos indonésios, americanos, australianos, sul-coreanos, holandeses, italianos, britânicos, canadenses, noruegueses, japoneses e indianos. Ontem, a emissora indonésia TVOne exibiu imagens de circuito interno que mostram um dos supostos terroristas circulando pela recepção do Ritz-Carlton. Ele usava um boné e carregava uma mochila. O Hotel Marriot já havia sofrido um atentado semelhante em 2003, quando 12 pessoas morreram. Na ocasião, o Jemaah Islamiyah também foi responsabilizado pelo atentado. No entanto, nos últimos anos a Indonésia - o país muçulmano mais populoso do mundo, com 237 milhões de habitantes - não registrou ataques terroristas, mesmo durante as votações que reelegeram o presidente Susilo Bamgang Yudhoyono, no mês passado. "Eles (os terroristas) não têm senso de humanidade e não se importam com a destruição de nosso país, pois esse ato de terror terá um impacto profundo em nossa economia, no turismo e em nossa imagem no exterior", disse Yudhoyono. REAÇÃO Em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama - que passou quatro anos de sua infância na Indonésia -, classificou os atentados como "aterradores". A Casa Branca divulgou ontem um comunicado afirmando que "os ataques deixam claro que os extremistas continuam comprometidos em provocar a morte de homens, mulheres e crianças inocentes de qualquer religião em todos os países do mundo".

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