06 de agosto de 2007 | 12h12
O Paquistão negou nesta segunda-feira, 6, que a Al-Qaeda ou o Taleban tenham abrigos seguros em seu território, segundo informou a Associated Press. O governo afirmou ainda que a aprovação de novas leis poderiam reforçar os laços com os EUA por ajuda na luta de Islamabad contra o terrorismo e pela cooperação de segurança entre os dois países. Oficiais paquistaneses se mostram cada vez mais críticos ás declarações de Washington sobre o suposto reagrupamento da rede terrorista Al-Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden, na região fronteiriça com o Afeganistão. "Não há refúgio para a Al-Qaeda ou para o Taleban no Paquistão", disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Paquistão, Tasnim Aslam. Aslam reiterou a crítica paquistanesa de um acordo assinado na última sexta pelo presidente dos EUA, George W. Bush, exigindo que o governo de Islamabad confirme o progresso no combate à Al-Qaeda e ao Taleban antes da liberação de qualquer ajuda à nação muçulmana. Impor uma condição como essa para a ajuda "não é uma boa maneira de conduzir uma relação saudável" entre o Paquistão e os EUA, afirmou Aslam. "Se a assistência for restrita é muito provável que isso danifique o tipo de relação que os dois países estão tentando construir", afirmou a porta-voz. O Paquistão já recebeu bilhões de dólares dos EUA desde que se uniu à guerra contra o terror em 2001, além de posicionar mais de 90 mil soldados na fronteira com o Afeganistão. Contudo, os EUA criticam o país desde que um acordo de paz do governo com militantes pró-Taleban, em setembro de 2006, reduziu a presença do Exército paquistanês na volátil região do Waziristão do Norte. A Agência Nacional de Inteligência dos EUA (CIA) indicou, em um relatório divulgado em julho, que a Al-Qaeda poderia estar se reagrupando na região fronteiriça por que o acordo de paz teria dado mais liberdade para operações de insurgentes. Ao mesmo tempo em que apóia o presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, como um aliado na luta antiterror, autoridades do governo Bush não descartam uma possível invasão ao Paquistão durante uma ofensiva contra a Al-Qaeda. Os pré-candidatos à Presidência dos EUA, incluindo o democrata Barack Obama e o republicano Rudolph Giuliani, também fizeram comentários semelhantes - irritando o Paquistão, que defende sua soberania nacional. "Nossa posição é que se existe algum terrorista escondido em nossas regiões tribais é nossa força de segurança que agirá contra estes elementos", afirmou Aslam. O Paquistão recentemente posicionou seus militares em regiões de fronteira, o que elevou represálias de militantes pró-Taleban. Durante o fim de semana, uma explosão em uma estação de ônibus deixou pelo menos 24 mortos.
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