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Terroristas planejavam destruir túneis ferroviários de Nova York

Segundo agentes do FBI, o plano envolveria pelo menos oito estrangeiros, incluindo um suposto operador da rede Al-Qaeda detido no Líbano em abril

Por Agencia Estado
Atualização:

Autoridades desmantelaram um plano terrorista para atacar os túneis ferroviários sob o Rio Hudson, por onde passam diariamente milhares de pessoas que fazem o trajeto entre Nova York e New Jersey, anunciou o FBI (polícia federal dos EUA) nesta sexta-feira. As investigações, que se prolongaram por quase um ano, foram divulgadas no dia em que o mundo lembrou o primeiro aniversário dos atentados terroristas no sistema de transportes de Londres, que mataram 52 pessoas. Segundo os agentes do FBI, o plano envolveria pelo menos oito estrangeiros, incluindo um suposto operador da rede Al-Qaeda detido no Líbano. Autoridades libanesas disseram que o homem, identificado como Assem Hammoud, confessou o plano e jurou obediência ao terrorista Osama bin Laden. Ele foi descrito pelos libaneses como um "integrante de um grupo extremista que estava preparando um grande ato terrorista nos Estados Unidos ainda este ano". "O plano envolveria explosivos e certamente atingiria os túneis que conectam New Jersey e Manhattan", disse o diretor assistente do FBI, Mark J.Mershon. Segundo o agente, que seria colocado em prática neste inverno, era "pra valer". "Acreditamos que conseguimos interceptar este grupo rapidamente e que, de fato, o plano foi desmantelado", acrescentou. Informações iniciais indicavam que os terroristas queriam atacar o túnel Holland. Mas o diretor do FBI disse que o grupo mencionou apenas os túneis PATH, por onde passam os trens do metrô, sob o Rio Hudson. Segundo um agente de segurança americano, que falou em condição de anonimato, os extremistas tinham como objetivo abalar a economia dos EUA e acreditavam que explodindo os túneis dos trens poderiam provocar uma inundação no distrito financeiro de Nova York. Autoridades disseram que o FBI monitorou a gestação do plano em salas de bate-papo na internet durante meses, e destacaram a prisão do suspeito libanês como um ponto decisivo nas investigações. "O plano evoluiu a um ponto em que aparentemente os envolvidos estavam perto de partir para a ação", disse Mershon, diretor assistente do FBI. "Estavam a ponto de começar a escolher alvos, estabelecer regras e arrecadar os recursos necessários para efetuar os ataques", continuou. "E neste ponto é inteiramente apropriado que desmantelemos o plano." O sistema de transporte de Nova York emergiu como um alvo potencial dos terroristas em várias ocasiões recentemente. Em junho, um livro do jornalista Ron Süskind relatou um plano da rede Al-Qaeda para espalhar gás cianureto no metrô da cidade e matar milhares de nova-iorquinos. Em maio, um homem foi condenado por planejar a explosão de uma estação. Investigações pela internet Segundo o FBI, o plano foi descoberto depois que os agentes desvendaram mensagens em código trocadas entre os terroristas pela internet. O caso ficou sob investigação por quase um ano. Em uma nota publicada nesta sexta-feira, a polícia libanesa informou que o operativo da Al-Qaeda preso no país pertencia a um "grupo extremista que se preparava para realizar um grande ato terrorista nos Estados Unidos" ainda este ano. Ele foi rastreado através de conversas na internet "relacionadas a um plano de ataque terrorista aos túneis de metrô de Nova York sob o rio Hudson", continuou a nota. Segundo autoridades libanesas, Assem Hammoud foi preso no dia 27 de abril com base em informações do FBI. Ainda de acordo com a nota da polícia, Hammoud levava uma vida de diversão no Líbano para esconder sua militância islâmica. Ele foi instruído a não mostrar qualquer tendência religiosa enquanto estivesse no país. Hammoud admitiu aos investigadores que atuava "em obediência religiosa a Bin Laden". "Eu me orgulho de cumprir as ordens dele", teria dito o extremista. Segundo um agente de segurança americano, o plano era ainda estava em um estágio embrionário. Ele descreveu as conversações pela internet como discussões extremistas e de conceituação sobre o plano. Ainda segundo o agente, nenhum dinheiro foi transferido ao grupo, assim como nenhum outro passo foi tomado.

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