Terroristas receberam apoio de governos, diz Ashcroft

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Por Agencia Estado
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O secretário de Justiça dos EUA, John Ashcroft, disse nesta quarta-feira que os autores dos atentados terroristas provavelmente receberam apoio de governos estrangeiros e que ainda não podia afirmar se as detenções realizadas em Michigan representavam um grande avanço nas investigações. Depois de uma visita ao Pentágono, que sofreu graves danos no atentado de 11 de setembro, Ashcroft falou da possibilidade de participação de governos estrangeiros na tragédia. "Está bastante claro que as redes que perpetraram este tipo de atos recebem refúgio, apoio, sustento e proteção de uma série de governos estrangeiros", afirmou o secretário. "Esses governos devem compreender com toda a clareza que os Estados Unidos da América não tolerarão este tipo de danos ao povo norte-americano." Segundo Ashcroft, as autoridades estão estudando as acusações criminais que serão apresentadas contra três homens detidos em uma área próxima a Detroit. Eles portavam passaportes falsos e diagramas de vários aeroportos. O secretário, no entanto, disse que ainda não sabia se a detenção significava um passo adiante nas investigações. Os agentes do FBI (polícia federal norte-americana) invadiram uma residência em busca de uma das quase 200 testemunhas procuradas na investigação. Ali encontraram três homens e um conjunto de documentos. Os três foram acusados primeiramente por falsificação de vistos, passaportes e outros documentos de imigração. Ao mesmo tempo, as autoridades seguem o rastro do dinheiro que conduziria à rede terrorista. A agência responsável pela regulamentação bancária entregou a todos os bancos do país uma lista com o nome de 21 suspeitos. Caso as instituições bancárias tenham registros de transações de qualquer um da lista - que inclui os nomes de todos os 19 homens identificados como seqüestradores -, elas deverão apresentá-los ao FBI. Também nesta quarta-feira, o FBI pediu ajuda a dirigentes islâmicos em Washington. Stanley Cohen, um advogado, disse que pelo menos três de seus clientes, que são líderes muçulmanos, receberam do FBI "pedidos de ajuda para reunir informações sobre a comunidade muçulmana". Cohen disse que seus clientes rechaçaram o pedido. Auxiliada por um grande júri federal em Nova York, a investigação já levou à detenção de 75 pessoas para interrogatórios e mantém quatro outras em prisão como testemunhas materiais. O Departamento de Justiça também preparou uma legislação que permitirá aos procuradores prenderem e deportarem supostos terroristas sem a necessidade de apresentarem evidências às cortes, informou nesta quarta o jornal The Washington Post.

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