Sem avanços na localização do avião desaparecido a caminho de Pequim, no sábado, as investigações sobre o Boeing 777 da Malaysia Airlines concentraram-se nesta segunda-feira na identificação dos dois passageiros que embarcaram com passaportes falsos. O Departamento de Aviação Civil da Malásia afirmou que os dois faziam parte de uma quadrilha de ladrões de documentos, o que ajudaria a afastar a tese de que estivessem envolvidos em uma ação terrorista.
As autoridades da Malásia - de onde partiu o avião - identificaram os dois homens, mas as nacionalidades não foram reveladas. A identificação foi feita a partir da análise de imagens de câmeras de segurança do aeroporto de Kuala Lumpur. Os responsáveis pela investigação ressaltaram que os homens não eram uigures - etnia muçulmana separatista do leste da China - e não tinham aparência asiática.
A CNN afirmou que um cidadão iraniano, identificado como Kazem Ali, comprou as passagens dos dois e as pagou em dinheiro. Citando fontes que não quiseram se identificar, o canal noticiou que Ali disse à polícia ter comprado as passagens para dois amigos que estavam retornando para a Europa.
A lista de passageiros cita o italiano Luigi Maraldi e o austríaco Christian Kozel. Os dois tiveram os passaportes roubados na Tailândia e não estavam a bordo do avião. As passagens foram emitidas em seus nomes e ambas tinham como origem Kuala Lumpur, com parada em Pequim e destino final Amsterdã, na Holanda. Os dois, depois, seguiram para dois pontos diferentes, um para a Dinamarca e outro, para a Alemanha.
O embarque de dois passageiros com passaportes falsos alarmou autoridades, principalmente a Interpol, que mantém um banco de dados com os registros de cerca de 40 milhões desses documentos roubados ou perdidos de 167 países.
O grande mercado clandestino de documentos na Tailândia é conhecido pelas autoridades locais e pela Interpol. Os passaportes roubados são utilizados para o tráfico de pessoas.
A Interpol garantiu que os documentos não foram checados em seu banco de dados, enquanto autoridades locais argumentaram que todos os protocolos de segurança foram seguidos.
Buscas. O mistério sobre o que aconteceu com o voo MH370 com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo continuava sem solução depois de mais quatro dias. As buscas voltaram à estaca zero nesta segunda-feira depois que as primeiras pistas sobre a localização da aeronave foram descartadas. Nem o combustível nem os objetos encontrados no mar, no fim de semana, pertenciam ao avião.
O esforço de busca envolve 34 aviões e 40 navios de vários países, que trabalham em um raio de 185 km no Golfo da Tailândia. Várias agências de inteligência internacionais participam da investigação.
Nesta segunda, a Comissão Preparatória da Organização do Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês) informou que seus especialistas tentarão identificar se houve uma explosão em grande altitude no local do desaparecimento do avião.
O diretor executivo da CTBTO, Lassina Zerbo, explicou que os técnicos analisarão sensores infrassônicos em estações na região para verificar se houve algum registro associado a uma explosão. / EFE, AP e NYT