Theresa May nomeia nova equipe em meio a críticas

Enfraquecimento da posição da primeira-ministra tornou difícil fazer mudanças, por isso, optou por manter alguns de seus ministros

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Mudanças visam fortalecer a autoridade de May Foto: EFE/EPA/STRINGER

LONDRES - A primeira-ministra britânica, Theresa May, está fazendo mudanças em sua equipe para tenta fortalecer sua autoridade minada pelo fraco resultado eleitoral da última semana. A margem de manobra de May foi corroída pela derrota das urnas da quinta-feira passada, quando o Partido Conservador perdeu a maioria no Parlamento e correligionários passaram a criticá-la.

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Um fluxo de conservadores circulava neste domingo, 11, pelo gabinete de May para saber se seriam promovidos, rebaixados ou mantidos em seus postos, depois que alguns colegas de partido disseram que os dias da primeira-ministra no cargo estavam contados.

O enfraquecimento da posição de May tornou difícil as mudanças e ela optou por manter muitos de seus ministros em suas cadeiras, renomeando Liam Fox como secretário do comércio, Justine Greening como secretária de educação e Greg Clark como secretária de negócios. Já Damian Green, ex-secretário do Trabalho e Previdência, e legislador na ala pró-UE, foi promovido a primeiro secretário de estado - efetivamente o vice-primeiro-ministro.

Anteriormente, o gabinete de May já havia anunciado que os principais ministros seriam mantidos em seus cargos, como o chefe do Tesouro Philip Hammond, o secretário de Relações Exteriores, Boris Johnson, e o secretário do Interior, Amber Rudd.

Circularam rumores de movimentações de Johnson para derrubar May, mas ele negou, escrevendo em sua conta no Twitter que o artigo no jornal Mail deste domingo, intitulado "Boris decidido a lançar proposta para ser PM, enquanto May se apega" era uma "bobagem". "Eu estou apoiando Theresa May. Vamos continuar com o trabalho", disse ele. Além disso, em uma mensagem no WhatsApp para legisladores conservadores, Johnson disse: "Pessoal, precisamos acalmar e apoiar a primeira-ministra".

O ex-chefe do Tesouro, George Osborne, que foi demitido em maio do ano passado, já declarou publicamente considerar a primeira-ministra uma "mulher morta caminhando", enquanto o líder da oposição Jeremy Corbyn disse que estava pronto para discutir outra eleição a qualquer momento.

Os conservadores perderam a maioria parlamentar na eleição de quinta-feira. A votação foi convocada para fortalecer o mandato de May antes do início das conversas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Em vez disso, as urnas deixaram o governo britânico instável dias antes das negociações começarem, em 19 de junho. O partido ganhou 318 lugares, 12 menos do que antes das eleições e oito menos dos 326 necessários para uma maioria absoluta.

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Muitos conservadores seniores dizem que May deve permanecer, por enquanto, para proporcionar estabilidade. Mas poucos acreditam que ela pode aguentar por mais de alguns meses. "Eu acho que sua posição é, a longo prazo, insustentável", disse a legisladora Anna Soubry à Sky News.

Mas Graham Brady, que preside o influente Comitê de 1922 de legisladores conservadores, disse que uma campanha de liderança do partido só causaria mais incerteza. Para ele, o governo não seria capaz de obter muitas das medidas prometidas na sua plataforma eleitoral por meio do Parlamento.

May agora busca um acordo com um partido da Irlanda do Norte, o Partido Unionista Democrático, para sustentar o governo conservador minoritário e legisladores disseram que a rejeição dos eleitores significa que o governo teria de abandonar as políticas planejadas e repensar sua estratégia para as negociações de saída da União Europeia. /AP