Tibetanos se manifestam contra China durante cúpula nuclear

Grupo pediu autonomia do Tibete enquanto Hu Jintao se encontrava com Obama

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Atualização:

Tibetanos e membros da seita Falun Gong fazem protestos pacíficos no Samuel Gompers Memorial Park

 

Efe

 

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WASHINGTON- Mais de cinquenta tibetanos e membros da seita Falun Gong se manifestaram nesta segunda-feira, 12, nas imediações do centro de convenções que abriga a cúpula nuclear de Washington, para pedir liberdade, justiça e respeito aos direitos humanos na China.

 

Os manifestantes, reunidos em sua maioria no Samuel Gompers Memorial Park e rodeados por um forte dispositivo de segurança, empunhavam cartazes com os dizeres "Hu Jintao assassino" e "mentiroso", "liberdade para os presos políticos", "parem a perseguição a Falun Gong", "levem Jiang Zemim à Justiça" "Tibete Libre", "longa vida ao dalai-lama", entre outros.

 

Falun Gong, um grupo religioso ilegalizado por Pequim em 1999, teve mais de 500 mil membros assassinados e mais de 3 milhões torturados em campos de trabalho na China. Por isso, pedem que Zemin, presidente chinês entre 1993 e 2003, preste contas à Justiça.

 

O protesto, que se desenvolveu pacificamente e com adeptos do Falun Gong meditando enquanto defendiam sua causa, tem como objetivo chamar a atenção dos representantes dos 47 países que assistem à cúpula sobre a situação da seita, disse à Efe Algawang Tashi, do Congresso Regional Juvenil Tibetano de Nova York e Nova Jersey.

 

"Antes de falar de um mundo livre de armas nucleares e da paz, a China deveria começar em sua própria casa, permitindo a independência do Tibete", disse o jovem.

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Tashi também afirmou que, como o tema central da cúpula é um mundo livre de armas nucleares, a China e outros líderes deveriam assegurar também que o Tibete seja uma "zona livre" dessas armas e que esteja "a salvo" das mesmas.

 

O Tibete está localizado entra a China e a Índia e poderia atuar como região independente, como uma zona amortizadora entre os dois países nucleares, na opinião do grupo.

 

Enquanto os tibetanos protestavam contra o "regime autoritário" de Pequim, o presidente Barack Obama se reunia a poucos metros do parque com seu colega chinês, Hu Jintao. No encontro, de acordo com a Casa Branca, Jintao aceitou a imposição de uma nova rodada de sanções ao Irã por seu programa nuclear.

 

Há dois meses, Obama se encontrou com o dalai-lama na Casa Branca, e o expressou seu "firme" apoio aos direitos tibetanos, o que causou novas tensões com Pequim.

 

O governo chinês considera o líder espiritual tibetano, que defende a autonomia da região sem pedir sua independência, um líder separatista. O Tibete foi ocupado pela China em 1951.

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