Times: visita de Chávez ao Reino Unido "enoja" Blair

Chávez afirmou que o político britânico carecia de "moral para pedir que as regras da comunidade internacional sejam respeitadas",

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Por Agencia Estado
Atualização:

A próxima visita de Hugo Chávez a Londres "enojou" o primeiro-ministro Tony Blair, assegura a edição desta quinta-feira do jornal Financial Times. O periódico também lembra que o presidente venezuelano chamou o premier de "principal aliado de Hitler". A menção ao ditador alemão era uma clara referência ao atual presidente dos Estados Unidos, que Chávez chama de "Mr Danger Hitler" George W. Bush. O líder venezuelano chegará a Londres no dia 14 de maio em visita qualificada por fontes diplomáticas da Venezuela como "de trabalho". O presidente venezuelano visitará no dia 15 o prefeito de Londres, Ken Livingstone, da esquerda trabalhista, e se reunirá com dirigentes sindicais e um grupo de deputados trabalhistas. Livingstone, cujas diferenças políticas com Blair são notórias, se disse contente por poder oferecer um almoço a Chávez. "Há muitas áreas em que podemos nos beneficiar da experiência da Venezuela", como a energia, a política de meio ambiente, a participação democrática, a educação e a saúde gratuita, disse o prefeito, citado pelo jornal. Livingstone convidou para o almoço o último Nobel de literatura, Harold Pinter, conhecido por suas fortes divergências com Bush, a ativista Bianca Jagger e o cantor Bono, líder do "U2". Segundo o jornal, a visita de Chávez à capital britânica deve ser interpretada como "um sinal da crescente confiança do líder venezuelano em um momento em que o petróleo, que é o motor de sua economia, chega a preços recordes, e aumenta a presença de governos de esquerda na América Latina que simpatizam com ele". Chávez decidiu visitar o Reino Unido depois que Blair pediu ao governo da Venezuela, em fevereiro, que "respeite as regras da comunidade internacional" se quer ser respeitado. O presidente sul-americano disse para Blair não interferir nos assuntos da Venezuela e afirmou que o político britânico carecia de "moral para pedir que as regras da comunidade internacional sejam respeitadas", porque era um de seus violadores, "atropelando povos no Iraque e em outras partes do mundo".

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