PUBLICIDADE

Timor Leste vai pedir apoio militar a Portugal

País vive segundo dia de confrontos entre forças governamentais e soldados expulsos

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Timor Leste vai pedir apoio policial e militar a Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia para estabilizar os focos de violência que desde abril têm agitado a ex-colônia portuguesa. O ministro de Relações Exteriores timorense, José Ramos Horta, disse à Agência Lusa que o pedido será feito nas próximas horas. O presidente Xanana Gusmão vai se encontrar com o corpo diplomático em Díli. "Vamos explicar a situação e solicitar apoio internacional de urgência para estabilizar a situação", disse Ramos Horta. O chefe da diplomacia timorense ressaltou que seu governo vai solicitar o envio da Guarda Nacional Republicana - unidade policial militarizada portuguesa - e de um contingente militar australiano, além de iniciar contatos com a Nova Zelândia e a Malásia. No início do mês, os primeiros-ministros de Portugal, José Sócrates, e do Timor Leste, Mari Alkatiri, discutiram o assunto. O timorense pediu ajuda para resolver os problemas de segurança que seu país já atravessava. Violência continua Grupos de soldados expulsos do Exército e forças do governo voltaram a se enfrentar em Dili, capital do Timor Leste, onde no dia anterior várias pessoas ficaram feridas. O ministro de Relações Exteriores da Austrália, Alexander Downer, disse à rádio ABC que os incidentes aconteceram nos arredores de um quartel militar na periferia de Díli. O governo timorense afirmou terça-feira à noite que um soldado poderia ter morrido durante um ataque dos soldados rebeldes, ontem, mas não confirmou o dado. O primeiro-ministro interino da Austrália, Peter Costello, informou ao Parlamento de Canberra que todo o pessoal australiano que se encontra no Timor Leste, e cuja presença não seja essencial, está abandonando a ex-colônia portuguesa. Segundo Downer, a situação em Dili pode levar o governo timorense a pedir reforços militares à Austrália. No entanto, o chanceler do Timor, José Ramos Horta, disse também que seu país quer assistência para sua polícia, e não tropas estrangeiras. Austrália e Nova Zelândia têm tropas prontas para serem enviadas se for necessário. Manifestações Em abril, um grupo de 591 soldados dispensados do Exército promoveu manifestações violentas em Dili. Desde então, a capital vive um constante clima de violência. No último fim de semana, quando o país comemorava o aniversário da sua independência, ex-integrantes do Exército atacaram o bairro de Becora, queimando oito casas e ferindo seis pessoas. Timor Leste nasceu em 2002, como uma das nações mais pobres do mundo, após 24 anos de sangrenta ocupação indonésia (1975-1999).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.