Timorenses pressionam por renúncia de Alkatiri

Manifestantes ameaçam com uma revolta caso primeiro-ministro, acusado de provocar a crise, não abandone o cargo nas próximas horas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de manifestantes estão concentrados diante do palácio do governo em Díli, capital do Timor Leste, exigindo a renúncia do primeiro-ministro Mari Alkatiri, acusado de provocar a crise que afeta o país há semanas. A rádio australiana ABC informou que novos grupos de manifestantes estão chegando de vários pontos do país. Eles estão se unindo às cerca de 700 pessoas que passaram a noite em frente ao palácio, depois de o presidente, Xanana Gusmão, anunciar que renunciaria caso Alkatiri não deixe o poder. Os manifestantes levam cartazes chamando Alkatiri de "comunista" e "terrorista". Eles ameaçam com uma revolta caso o dirigente não renuncie nas próximas horas. Gusmão, o ministro da Defesa e de Exteriores, José Ramos-Horta, e o bispo de Díli, Alberto Ricardo da Silva, estão reunidos a portas fechadas. Alkatiri pode entrar na sala a qualquer Momento. Da Silva pediu a Gusmão que abandone a sua intenção de se demitir. O presidente se comprometeu a reconsiderar seu ponto de vista, disse o bispo à agência australiana de notícias AAP. A crise no Timor começou em março, com a dispensa de cerca de 600 militares que exigiam o fim da discriminação étnica. Nos últimos dias a situação se agravou devido às divergências entre Gusmão e Alkatiri. Um ex-guerrilheiro acusou o primeiro-ministro de organizar uma milícia armada para eliminar seus oponentes políticos.

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