O mundo assiste com apreensão Israel se preparar para mais uma ofensiva terrestre de larga escala contra a Faixa de Gaza. O que pode evitar esse ataque?
Desde o início deixamos absolutamente claros os nossos objetivos: trazer segurança, no longo prazo, aos milhões de israelenses que estão sob o raio de ação dos mísseis do Hamas. Foi essa a missão que o governo israelense deu às Forças Armadas e ela será cumprida - seja pela via militar ou por negociações. Escutamos há pouco aqui (em Ashdod, sul de Israel) mais uma sirene e pudemos correr para o abrigo. E uma pessoa de 90 anos que não pode fazer isso? Não queremos mais promessas. Queremos uma solução definitiva.
Um cessar-fogo poderia representar uma solução desse tipo?
Não queremos um cessar-fogo de uma semana ou de um mês.
Haverá garantias internacionais de que as pessoas do sul de Israel ao menos por alguns anos, poderão ter vidas normais, ver suas crianças irem para a escola sem o barulho das sirenes?
Para nós, é esse o objetivo. Se pudermos alcançá-lo sem o uso da força, muito melhor.
Mais de 90 civis morreram na atual ofensiva em Gaza. Ela, ao final, enfraquece o Hamas?
Certamente. Veja, por exemplo, os estoques que neutralizamos de Fajr-3 (foguetes que foram disparados três vezes contra Tel-Aviv). Imagine se boa parte dessas armas não tivesse sido destruída como seria a situação. Os ataques a líderes do Hamas também são fundamentais, pessoas que planejam mortes de nossos civis. Não é que nós tínhamos o direito de iniciar essa operação. Temos o dever, como governo, de fazer tudo que for possível para garantir a segurança de nossos cidadãos. / R.S.