
15 de agosto de 2011 | 10h37
NAIRÓBI - Todas as partes do conflito da Somália são culpados pela situação de crise humanitária e crise de fome neste país do Chifre da África, assegura a ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
Veja também:
ESPECIAL: Saiba como ajudar as vítimas da fome
OLHAR SOBRE O MUNDO: Somália: uma combinação mortífera
Em um relatório publicado em Nairóbi, a ONG pede a todos os grupos para "cessar imediatamente os abusos contra a população, exigir contas aos responsáveis e garantir o acesso à ajuda e à liberdade de movimento de quem está fugindo do conflito e da seca".
No texto, de 58 páginas, o diretor para a África da HRW, Daniel Bekele, afirma que "os abusos por parte de Al Shabab e das forças governistas multiplicaram enormemente o sofrimento causado pela crise de fome na Somália".
A HRW não culpa apenas o governo transitório somali - que conta com respaldo internacional - e o grupo islâmico radical Al Shabab, vinculado à Al-Qaeda, mas também assinala como responsáveis os militares da Missão da União Africana na Somália (Amisom), outras milícias do país e a comunidade internacional.
O conflito na Somália agrava a situação criada pela seca - a pior na região em 60 anos, segundo a ONU - e a consequente crise de fome que castiga o Chifre da África e que mantém mais de 13 milhões de pessoas em situação crítica na região.
A Somália vive em uma permanente guerra civil e carece de um Governo efetivo desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país nas mãos de senhores da guerra tribais, milícias islâmicas e inclusive bandos de delinquentes armados.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.