O governo peruano indenizou hoje, com aproximadamente US$ 3 milhões, os familiares das 15 pessoas que foram assassinadas em Lima em 1991 por um comando paramilitar a serviço do ex-chefe do serviço de inteligência, o atualmente detido Vladimiro Montesinos. O presidente Alejandro Toledo entregou aos familiares de cada uma das vítimas um cheque de US$ 175.000, em cumprimento a um acordo celebrado em fevereiro último entre o governo provisório de Valentín Paniagua (2000-2001) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Também foram indenizados os sobreviventes do massacre, entre eles um homem que ficou paralítico. Em 3 de novembro de 1991, 12 homens e 3 mulheres foram assassinados, em uma chácara localizada em Barrios Altos, uma zona antiga perto do centro de Lima, como suspeitos de pertencerem ao grupo guerrilheiro Sendero Luminoso. O caso, conhecido como o "massacre de Barrios Altos", se soma a outros de violações dos direitos humanos cometidos por paramilitares a serviço de Montesinos - assessor do destituído presidente Alberto Fujimori e chefe de uma rede de corrupção armada durante seu regime, entre 1990 e 2000. Na cerimônia de entrega das indenizações realizada na sede do governo, Toledo, em companhia do ministro da Justiça, Fernando Olivera, ao referir-se aos responsáveis pelas violações disse esperar que se faça justiça. "Não se trata de revanche. Queremos caminhar em direção ao futuro sem espírito de vingança, mas também sem impunidade", acrescentou.