Tom Delay, ex-líder dos republicanos, renuncia a mandato

Além disso, ele afirmou que não concorrerá à reeleição nas eleições legislativas de novembro próximo

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Por Agencia Estado
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Indiciado no Texas por violação das leis sobre financiamento de campanha, o deputado Tom DeLay, de 58 anos, ex-líder dos republicanos da Câmara de Representantes, anunciou que renunciará ao mandato e não concorrerá à reeleição nas eleições legislativas de novembro próximo. A saída de cena de DeLay, menos de um mês depois de ele ter vencido confortavelmente as eleições primárias, evidenciou os problemas éticos e legais de um dos mais influentes e eficazes parlamentares conservadores dos últimos anos e deu nova munição para os democratas retratarem os rivais republicanos como um partido dominado pela corrupção. Uma das figuras mais influentes, poderosas e politicamente polarizadoras em Washington, DeLay notabilizou-se por sua prodigiosa capacidade tanto para levantar fundos para os republicanos como para manter a disciplina na bancada. "É hora de partir e fazer outra coisa", disse ele, para explicar a decisão. DeLay disse que foi a pessoa "mais investigada" em Washington nos últimos anos e não teme ser indiciado. "Nunca violei nenhuma lei nem o espírito de nenhuma lei". Dadas, no entanto, suas fortes ligações com o ex-lobista republicano Jack Abramoff e com Tony Rudy e Michael Scanlon, ex-assessores próximos que tornaram-se mais tarde sócios do lobista, não haverá surpresa se DeLay acabar enredado no maior escândalo de corrupção que se viu em Washington em mais de vinte anos. Abramoff, Rudy e Scanlon confessaram vários crimes, todo envolvendo a compra de votos e favores de parlamentares em benefício dos clientes do lobista, e aceitaram cooperar com as investigações em troca de penas reduzidas. "Minha reação foi a de que deve ter sido uma decisão muito difícil para alguém que adorava representar seu distrito do Texas (na Câmara)", disse o presidente George W. Bush, que manteve seu apoio a DeLay até ele ser indiciado pela justiça texana, em setembro do ano passado. No mês seguinte, o deputado renunciou à liderança da bancada conservadora. "Desejo-lhe tudo do melhor e sei que ele está em busca de um futuro", acrescentou Bush.

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