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Tom Ridge assume cargo de ministro da Segurança Interna dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Com as forças armadas norte-americanas engajadas em ataques no Afeganistão contra a organização Al-Qaeda e o regime do Taleban, que Washington considera responsáveis pelos devastadores ataques terroristas de 11 de setembro, o presidente George W. Bush completou o arco das iniciativas da guerra que declarou ao terrorismo com a posse, hoje, do ex-governador da Pensilvânia Tom Ridge num novo posto ministerial de diretor de Segurança Interna. Ridge, de 56 anos, um ex-deputado e veterano condecorado da guerra do Vietnã, que chegou a ser opção para vice de Bush e secretário da Defesa, tem por missão evitar a repetição de novos ataques terroristas contra os Estados Unidos. "O tamanho e escopo do desafio são imensos", disse Ridge, comparando a tarefa com a construção da primeira ferrovia transcontinental e com o envio do primeiro astronauta à Lua. Especialistas em segurança e ex-congressistas que estudaram o assunto e conhecem o jogo político em Washington consideram a missão que Ridge recebeu praticamente impossível. "Nenhum ´czar´ de segurança deve ter a esperança de que conseguirá coordenar a dispersão de autoridades que caracteriza as mais de 40 agências (do governo federal) que têm alguma parte da responsabilidade de proteger o território" norte-americano, disse o ex-senador Gary Hart, que co-presidiu a Comissão Nacional sobre Segurança no Século 21. Para sinalizar ao resto do governo e ao país a importância que atribui à função de Ridge, Bush determinou que ele ocupará um escritório próximo ao Salão Oval e terá assento no Conselho de Segurança Nacional, com o mesmo status dos secretário de Estado, Defesa e do diretor da Agência Central de Inteligência, a CIA. A exemplo do cargo de conselheiro de Segurança Nacional, o de diretor da Segurança Interna não é criação do Congresso, mas um posto de assessoria presidencial que dispensa confirmação do Senado. Ridge trabalhará com o apoio direto de uma dúzia de funcionários na Casa Branca e cerca de cem outros espalhados por vários ministérios, três serviços civis de inteligência, cinco polícias federais e dezenas de agências especializadas - do serviço de imigração aos centros de controle de doenças e da segurança alimentar, passando pelos órgãos reguladores das áreas de transporte, geração e distribuição de energia e defesa civil. Além de criar uma estrutura capaz de distribuir, em tempo real informações necessárias à prevenção de atos terroristas, na administração, ele terá de coordenar as ações federais com as dos governos dos 50 Estados e de milhares de distritos e municípios, que têm a responsabilidade direta pela segurança dos cidadãos. Em seu discurso de posse, Ridge reconheceu que uma das maiores dificuldades que enfrentará será a briga por jurisdição entre as diversas burocracias federais. Os poucos resultados que os EUA obtiveram na luta contra o narcotráfico depois da criação, nos anos 80, de um cargo semelhante para coordenar as ações antidrogas atestam a enormidade da tarefa que o ex-governador da Pensilvânia recebeu hoje de Bush. Leia o especial

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