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Tóquio e Seul analisam litígio marítimo e conflito sobre Dokdo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Coréia do Sul e o Japão analisarão a partir desta segunda-feira suas disputas territoriais nas águas que separam os dois países e em torno da soberania das ilhas Dokdo, reivindicadas por Seul e Tóquio. A delegação sul-coreana que participará da reunião chegou hoje a Tóquio liderada pelo diplomata Park Hee-kwon, que antes de partir de Seul ressaltou à agência de notícias "Yonhap" que a Coréia deve adotar uma "posição firme" no diálogo com o Japão. "Nas atuais circunstâncias, a Coréia do Sul não tem alternativa a não ser agir desta forma", disse Park, em referência ao agravamento da disputa por Dokdo em abril, quando os dois países estiveram à beira de um choque naval devido a essas ilhas. Segundo fontes diplomáticas de Seul citadas pela "Yonhap", a Coréia do Sul poderia apresentar às autoridades japonesas um plano que reivindica a ampliação das águas territoriais sul-coreanas em detrimento do território marítimo exigido pelo Japão. Tóquio e Seul reivindicaram suas próprias zonas econômicas exclusivas no mar que separa a península coreana do Japão em 1996, seguindo a Convenção das Nações Unidas sobre a Lei do Mar que tinha entrado em vigor em 1994. No entanto, logo depois surgiram graves disputas entre os dois países, pois as zonas econômicas exclusivas, delimitadas sem o concurso da parte em litígio, têm algumas áreas nas quais se Sobrepõem. Entre 1996 e 2000, a Coréia do Sul e o Japão realizaram quatro rodadas de conversas, mas fracassaram na hora de chegar a um acordo, principalmente devido às respectivas demandas de soberania sobre as duas ilhas Dokdo. A Coréia do Sul mantém desde a década de 50 uma pequena guarnição na maior das duas ilhas como mostra de sua soberania sobre este Território. A tensão foi acirrada em abril, quando o Japão manifestou sua intenção de enviara às ilhas Dokdo dois navios de prospecção científica para confirmar a toponímia japonesa do leito marinho no qual estão localizadas as ilhas. A Coréia do Sul respondeu enviando vinte patrulhas a essas ilhas com a ordem de capturar ou afundar os navios japoneses se tentassem entrar nessas águas. Após intensas negociações, o Japão decidiu não enviar seus dois navios e a Coréia do Sul se comprometeu a adiar seus próprios planos de redefinir a toponímia (coreana) da região em litígio. A reunião que começará nesta segunda-feira em Tóquio promete ser tensa, depois que a Coréia do Sul manifestou sua intenção de considerar as ilhas Dokdo o ponto cardeal para marcar sua nova zona econômica exclusiva. Até agora, a Coréia do Sul propunha traçar o limite das águas dos dois países entre as ilhas sul-coreanas de Ulleungdo (a oeste das Dokdo) e a ilha japonesa de Oki. O Japão, por outro lado, quer que a linha passe entre as Ulleungdo e as Dokdo, assumindo assim a soberania destas ilhas. A nova proposta sul-coreana pretende que a divisória esteja entre as Dokdo e a ilha de Oki, plano que certamente será rejeitado por Tóquio.

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