21 de maio de 2011 | 21h54
Uma autoridade sênior da ONU afirma que atos de tortura ainda são praticados na Tunísia, mesmo depois da queda do regime do ex-presidente Zine Al-Abidine Ben Ali.
Após uma semana de investigações no país, o relator especial da ONU para tortura, Juan Mendez, disse à BBC que a revolta popular que derrubou Ben Ali - e que deu início à atual onda de manifestações no mundo árabe e muçulmano - não foi suficiente para erradicar a tortura, praticada pelas forças de segurança tunisianas.
Mendez disse ter ouvido testemunhos confiáveis de vítimas e afirmou que as autoridades tunisianas precisam se esforçar mais para mostrar que abusos cometidos pelas forças de segurança não serão mais tolerados.
Mortes
À agência France Presse, Mendez declarou também que cerca de 300 pessoas foram mortas na Tunísia durante os distúrbios que levaram à queda de Ben Ali, entre 17 de dezembro e 14 de janeiro. Outras 700 ficaram feridas.
A visita do relator da ONU foi a primeira de um especialista independente de direitos humanos à Tunísia desde a queda do regime de Ben Ali.
O presidente, que ficou no poder durante 23 anos, foi forçado a renunciar em 14 de janeiro, após uma onda de levantes populares que se espalhou para outros países do norte da África e do Oriente Médio.
A Tunísia está sob um governo de transição e espera realizar eleições em 24 de junho.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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