Trabalhistas ficam e abafam crise no governo israelense

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Por Agencia Estado
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A crise de governo sobre as medidas utilizadas por Israel contra os palestinos aparentemente terminou hoje quando um ministro moderado do Partido Trabalhista negou pedidos para que o partido se retirasse da coalizão de poder. Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores israelense, Shimon Peres, do Partido Trabalhista, abandonou uma reunião de ministros em protesto antes de o grupo declarar que a Autoridade Palestina "apoia o terrorismo". Ao mesmo tempo, membros trabalhistas do parlamento argumentavam que o partido, que já esteve na vanguarda dos esforços de paz com os palestinos, hoje não passa de um adorno para a política de linha dura do primeiro-ministro Ariel Sharon. No entanto, hoje, a maioria dos ministros trabalhistas rechaçou a retirada do partido da coalizão, lembrando que a presença representa um freio para Sharon e os aliados de direita, que dominariam o país em caso de os trabalhistas abandonarem o governo. "Eu certamente não acho que seja o momento de abandonar a coalizão, e principalmente quando nossa luta contra o terrorismo atingiu um estágio como o atual", disse o ministro da Defesa Binyamin Ben-Eliezer. Retornando de uma viagem de um dia à Romênia, onde participou de uma conferência internacional sobre terrorismo, Peres expressou desgosto com a maneira como o governo de Sharon está se comportando, mas negou uma retirada da coalizão. O próprio premier conclamou os trabalhistas a permanecerem no governo. Ele afirmou que a atual onda de ataques mortais palestinos faz da união nacional um imperativo para Israel. "A quebra da unidade de governo seria uma vitória para (o líder palestino Yasser) Arafat e ninguém mais", disse o premier a deputados do partido dele, o Likud.

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