
07 de abril de 2009 | 00h39
Equipes de resgate continuam, nas primeiras horas desta terça-feira, as buscas por sobreviventes do terremoto de 6,3 graus na Escala Richter que atingiu a cidade italiana de Áquila, na madrugada de segunda-feira.
Segundo a imprensa italiana, pelo menos 150 pessoas morreram, 1,5 mil ficaram feridas e dezenas ainda continuam desaparecidas em conseqüência do abalo sísmico.
Informações também dão conta de que pelo menos 50 mil pessoas estão desabrigadas.
De acordo com o jornal italiano La Repubblica, cerca de 100 pessoas foram resgatadas vivas dos escombros.
Os sobreviventes estão sendo abrigados em hotéis e em um conjunto de barracas que foi montado na cidade.
O correspondente da BBC Duncan Kennedy afirmou que a região foi atingida por um forte abalo secundário por volta das 19h (horário de Brasília). O novo tremor durou cerca de dois segundos.
Este foi o mais forte abalo secundário dos muitos que foram sentidos na região ao longo do dia.
Muitas casas da cidade medieval foram reduzidas a escombros e carros amassados se espalham pelas ruas.
No vilarejo de Onna, de apenas 350 habitantes, pelo menos 24 pessoas morreram por causa do terremoto.
O terremoto ocorreu por volta das 3h30 no horário local (22h30 de domingo pelo horário de Brasília), teve duração de cerca de 30 segundos e atingiu pelo menos 26 cidades e vilarejos, segundo autoridades locais.
Chuva
Depois de um dia ensolarado nesta segunda-feira, o trabalho das equipes de resgate foi prejudicado pela chuva desta noite.
A água fez com que a poeira se transformasse em uma lama de cor clara, mas, mesmo assim, as equipes continuaram a remover os escombros com as mãos.
O uso de tratores e escavadeiras está sendo evitado para que não se corra o risco de que as máquinas causem mais ferimentos nas pessoas que estão abaixo dos escombros.
Pelo menos 5 mil pessoas estão trabalhando na busca por feridos.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que o país tem os recursos necessários para lidar com o desastre e declarou estado de emergência na região.
Segundo o correspondente da BBC Duncan Kennedy, isto quer dizer que recursos podem ser deslocados de outras partes do país para auxiliar os trabalhos de resgate e ajudar os sobreviventes.
O comissário da Cruz Vermelha Italiana, Francesco Rocha, disse à BBC que a prioridade agora é tentar salvar as vidas das pessoas que ainda estejam sob os escombros.
"A segunda coisa é organizar a vida dos desabrigados. Estamos providenciando cozinhas de campanha, camas, e outros itens para ajudá-los nos próximos dias", disse Rocha à BBC.
Patrimônio histórico
Estima-se que entre 3 mil e 10 mil edifícios tenham sido danificados pelo tremor, o que deve tornar a cidade construída no século 13 inabitável por algum tempo.
Partes de antigas igrejas e castelos na cidade e nas proximidades foram destruídas pelo abalo.
A cidade de Áquila é considerada um dos maiores tesouros arquitetônicos da Itália.
Correspondentes afirmam que a idade de muitos destes edifícios faz com que eles sejam mais vulneráveis a terremotos.
Grande parte do centro de Áquila foi reconstruída após um terremoto em 1703.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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