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Traficantes de pessoas na Europa movimentaram mais US$ 5 bilhões em 2014

Estudo conjunto da Europol e Interpol divulgado nesta terça-feira aponta ainda que 90% dos imigrantes e refugiados que chegaram à Europa em 2015 tiveram ajuda de rede de criminosos

Atualização:

PARIS - As redes de traficantes de pessoas na Europa movimentaram em 2014 entre US$5 bilhões e US$ 6 bilhões, o que transforma esta atividade em uma das mais lucrativas para a criminalidade organizada, revelaram nesta terça-feira, 17, as agências policiais Europol e Interpol.

Em um estudo conjunto divulgado hoje, as agências policiais destacam que a entrada à Europa de 90% de imigrantes e refugiados no ano passado esteve "predominantemente facilitada" por componentes de uma rede de delinquentes.

Estudo mostra que traficantes de pessoas movimentaram entre US$ 5 bi e US$ 6 bi em 2014 Foto: AFP PHOTO / LOUISA GOULIAMAKI

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As grandes rotas de entrada clandestina na União Europeia (UE), no entanto, oscilam em função de fatores como o controle das fronteiras, indica o comunicado divulgado pela Interpol.

O tráfico de pessoas é "um negócio multinacional" no qual estão envolvidos suspeitos de mais de cem países e seus organizadores se movimentam mediante redes que se caracterizam pela flexibilidade interna.

Nessas redes são identificados líderes que coordenam o tráfico através de uma determinada rota, assim como organizadores que administram a atividade localmente através de contatos pessoais e "facilitadores".Segundo a Europol e Interpol, seus integrantes costumam estar relacionados com outras atividades criminosas.

Embora não se possa falar de um vínculo sistemático entre o tráfico de imigrantes e o terrorismo, "há um risco crescente" de que os chamados "combatentes estrangeiros" (jihadistas que foram lutar em conflito na Síria e no Iraque) se introduzam na Europa entre os fluxos de imigrantes.

As duas organizações avisaram igualmente do risco de exploração laboral e sexual aos quais estão submetidos os imigrantes para pagar a quantia exigida pelos traficantes.

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O diretor da Europol, Rob Wainwright, comentou que este estudo conjunto põe em evidência "o enorme papel que têm as redes de criminalidade organizada na crise de imigração" e que a UE e seus países-membros devem lutar contra elas da forma mais contundente.

Para o secretário-geral de Interpol, Jürgen Stock, a crise migratória não pode ser abordada pela polícia ou pelos responsáveis políticos separadamente. Stock destacou que, nesse contexto, esta análise deve servir para uma série de ações conjuntas na Europa e no mundo todo. / EFE

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