Transferência de corpo de Perón tem tumulto e tiros

Testemunhas disseram que o tumulto começou com uma briga por um lugar perto do mausoléu onde foram depositados os restos de Perón

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A histórica transferência dos restos do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón para um mausoléu na cidade de San Vicente, próximo a Buenos Aires, nesta terça-feira, foi marcada por violentos enfrentamentos e tiroteio. Segundo relatos da imprensa argentina, ao menos 30 pessoas ficaram feridas em confrontos que opuseram militantes de um mesmo partido, o Justicialista (PJ), também chamado de peronista. Esta foi a terceira transferência do corpo do ex-presidente, morto em 1974 aos 78 anos. Eleito para três mandatos, Perón tornou-se a principal figura política da Argentina do século 20 devido a suas políticas de bem estar para as classes trabalhadoras. Segundo relatos da mídia argentina, entre 30 e 50 pessoas ficaram feridas, quatro delas por tiros. Pedras, bastões de madeira e entulho também foram usados como armas pelos manifestantes. Imagens de uma rede de TV local mostraram um dos manifestantes sacando uma pistola e dando ao menos quatro tiros contra outro grupo de pessoas. Os confrontos começaram quando a caravana que acompanhava o transporte do corpo de Perón encontrava-se a 10 quilômetros da "Chácara 17 de Outubro", na cidade de San Vicente, perto de Buenos Aires. Ainda não está claro o que provocou a confusão, que teve início na porta principal da propriedade e depois se estendeu para seu interior. Segundo testemunhas, no entanto, tudo começou com uma briga por um lugar perto do mausoléu onde foram depositados os restos de ex-líder argentino. Após o término dos primeiros enfrentamentos, quando a situação parecia sob controle e a caravana que trazia os restos de Perón se aproximava da chácara, novos incidentes foram registrados. Passado o momento de maior tensão, membros da tropa de choque da polícia argentina ingressaram na chácara. A transferência do cadáver de Perón foi organizada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país, junto a outras 62 organizações. A violência impediu a participação do presidente Néstor Kirchner, que iria comandar o ato. Apesar da violência, os restos mortais do líder argentino foram enterrados. Texto ampliado às 20h50

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.