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Trégua periclita: palestino é morto a tiros

Por Agencia Estado
Atualização:

Tropas israelenses mataram a tiros neste sábado um palestino que tentava se infiltrar por uma cerca entre a Faixa de Gaza e Israel, enquanto um emissário americano perseguia intensos esforços internacionais visando manter uma relativa calma e consolidar detalhes de um frágil cessar-fogo. Em Gaza, um líder do grupo militante Jihad Islâmica foi detido pela polícia palestina, relataram testemunhas, mas liberado horas depois. A detenção de ativistas envolvidos em ataques antiisraelenses é uma condição-chave de Israel para a continuação do cessar-fogo. A trégua também foi fortalecida pelo fato de até a noite de deste sábado, Israel não ter retaliado o ataque suicida a bomba promovido pelo grupo militante islâmico Hamas que matou dois soldados israelense no dia anterior em Gaza. Israel usualmente se vinga rapidamente de tais ataques. O subsecretário de Estado dos EUA William Burns disse neste sábado, depois de se reunir com o líder palestino Yasser Arafat, que os Estados Unidos esperam que os dois lados cumpram seus compromissos com o cessar-fogo, que foi mediado pelo diretor da CIA, George Tenet. "É óbvio que não pode haver uma solução militar para este problema", afirmou Burns a repórteres na cidade de Ramallah, Cisjordânia. "Apenas através de um processo político a segurança pode ser restabelecida". Como parte do crescente envolvimento americano, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, planeja começar uma viagem pela região na quinta-feira, após uma visita do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, a Washington. Num sinal da seriedade de seus esforços para manter a trégua em vigor, Arafat ofereceu uma inusual garantia explícita de que colonos judeus não deveriam ser alvejados por palestinos. "Anuncio um total cessar-fogo, e a liderança palestina o aceita, e ele inclui todos os israelenses", afirmou neste sábado Arafat no Canal Dois da tevê israelense, respondendo a uma pergunta sobre se os palestinos estavam proibidos de disparar contra colonos pelos termos da trégua. Ao mesmo tempo, um assessor de Arafat, Saeb Erekat, denunciou o que chamou de "terror dos colonos", uma referência a ataques de colonos contra palestinos. Palestinos consideram todos os assentamentos judeus ilegais e já mataram mais de duas dúzias de colonos em emboscadas nas estradas durante os nove meses de violência. Também neste sábado, o Exército israelense destruiu com motoniveladoras quatro construções na área de Rafah, ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, a fim de limpar o terreno e evitar ataques, afirmou um porta-voz militar. Autoridades palestinas disseram que 17 estruturas foram destruídas e uma pessoa ficou ferida.

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