Tremor na Itália faz com que mais de 3 mil passem noite nas ruas

Temendo desabamentos, moradores de Emilia Romagna dormem em carros e tendas enquanto governo avalia danos

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Por ROMA
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Cerca de 3 mil pessoas passaram a noite na rua na região de Emilia Romagna, no nordeste da Itália, onde foi registrado no domingo um terremoto de 6 graus na escala Richter. Tomados pelo medo por causa das mais de 170 réplicas do tremor - que deixou 7 mortos, dezenas de feridos e milhões de euros em prejuízo -, muitos dos moradores das cidades afetadas dormiram em tendas e carros."Saí porque sentia que a casa balançava. Os móveis estavam caindo, foi caótico. As pessoas corriam em todas as direções", disse o eletricista aposentado Claudio Bignami, de 68 anos. "Tive de sair rápido, não posso voltar para minha casa, estou com medo", afirmou Aldra Bregoli, de 73 anos. Equipes da defesa civil estão visitando prédios do governo, escolas, estabelecimentos comerciais, residências, igrejas e outras construções históricas para avaliar com exatidão a escala dos danos provocados pelo terremoto e o custo de reconstrução. "Infelizmente, as réplicas continuam e isso está preocupando demais a população", disse Vasco Errani, governador da região.No domingo pela manhã, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, deixou a reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Chicago, e voltou para a Itália para coordenar a resposta do governo ao terremoto e ao ataque a bomba em uma escola no sul do país que matou uma estudante de 16 anos (mais informações nesta página).Hoje, Monti participará de uma reunião de gabinete e deve declarar estado de emergência na região de Emilia Romagna, com o objetivo de acelerar a ajuda federal para reparar os danos causados pelo terremoto.Estrago. A região é uma das mais industrializadas da Itália e abriga tesouros artísticos e arquitetônicos. O centro histórico da cidade de Ferrara está na lista de patrimônios mundiais da Unesco.O teto de uma capela do século 6.º na cidade de San Carlo, cuja restauração levou oito anos, desabou e deixou expostas as estátuas de anjos que estavam dentro do local."Já não há nada a ser feito", disse Claudio Fabbri, de 37 anos, encarregado da restauração. / AP, AFP e REUTERS

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