PORTO RICO - Pela primeira vez nos 100 dias desde que o furacão Maria arrasou Porto Rico, o governo finalmente sabe quantas pessoas ainda não têm energia elétrica: cerca de metade do país. O número, divulgado sexta-feira, 29, pelo governador da ilha, indica que mais de 1,5 milhão de pessoas em Porto Rico ainda estão no escuro.
+ Porto Rico ainda sofre com falta de comunicação e de alimentos
Especialistas dizem que algumas partes da ilha não terão energia até a próxima primavera. As autoridades disseram que a restauração tem sido lenta por causa do tamanho da complexidade do dano. Muitas dos quase 50 mil quilômetros de linhas de distribuição e 342 subestações foram danificados na tempestade, disse Carlos D. Torres, o coordenador de restauração do sistema.
José E. Sánchez, que coordena a força-tarefa do Corpo de Engenheiros dos EUA para restaurar a energia em Porto Rico, disse que algumas casas estavam tão danificadas que não conseguem nem receber eletricidade. Ele não precisou quantos lares estavam nessa situação.
O governador da ilha e a empresa de energia elétrica disseram que das casas que poderiam receber eletricidade, cerca de 55% tiveram seu serviço restaurado.
Uma das causas é que muitos dos materiais encomendados em outubro estão começando a chegar. Algumas empresas privadas que se comprometeram a ajudar Porto Rico começarão a chegar em janeiro.
Várias empresas elétricas de propriedade de investidores que são membros do Edison Electric Institute vão deslocar cerca de 1.500 trabalhadores adicionais de restauração e pessoal de apoio a Porto Rico no início de janeiro para acelerar os esforços de restauração de energia em toda a ilha.
+ Sob críticas de ignorar efeitos de furacão, Trump flexibiliza ajuda a Porto Rico
O furacão Maria chegou em Porto Rico como uma tempestade de categoria 4 no dia 20 de setembro, inundando bairros e aldeias e cortando o poder para 3,4 milhões de pessoas. A escuridão deixou enormes partes da ilha vivendo sem refeições quentes, ventiladores elétricos ou luzes noturnas.
Isso prejudicou os negócios em uma economia já fraca e deixou a vida das pessoas em risco em hospitais ou complexos seniores sem poder. Uma análise do The New York Times descobriu que a taxa de mortalidade aumentou consideravelmente na ilha após o furacão ter passado e as interrupções se tornaram parte da vida de milhares de habitantes. / THE NEW YORK TIMES