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Três morrem em protestos contra Maduro no interior da Venezuela

Manifestações contra o governo completam um mês e mortes chegam a 26; em Caracas, manifestantes e integrantes das forças de segurança voltaram a se enfrentar

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Por Redação
Atualização:

Oposicionista queima foto de Hugo Chávez: atos marcam primeiro mês de protestos contra Maduro

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(Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

CARACAS - No dia em que manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro foram às ruas para marcar um mês de protestos quase diários na Venezuela, mais três pessoas foram mortas nas mobilizações - elevando a 26 o total de mortes ocorridas nas manifestações desde 12 de fevereiro.

De acordo com informações do jornal venezuelano El Universal, três homens foram baleados em Valência, no Estado de Carabobo, próximo aos protestos que ocorriam na cidade, mas eles não participariam diretamente da manifestação.

O estudante de Engenharia da Universidade Carabobo Jesús Enrique Acosta, de 23 anos, tentou se esconder de grupos armados chavistas que utilizam motocicletas quando foi atingido por um tiro na cabeça, relatou o jornal. Sua família disse que ele não participava das marchas.

Outra vítima, Guillermo Sánchez, de 42 anos, foi atingido por um disparo quando pintava um muro na frente da sua casa, como relatou o jornal. A terceira morte, de acordo com o El Universal, foi a de um militar, o capitão da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) Ernesto Bravo Bracho, que também foi baleado, mas não estava claro em que circunstâncias.

Em Caracas, manifestantes e integrantes das forças de segurança voltaram a se enfrentar. Houve manifestações de partidários do governo e opositores na capital venezuelana. Os problemas começaram quando tropas da GNB bloquearam marchas da oposição que tentavam chegar à Praça Venezuela, no centro da cidade. Estudantes arremessaram pedras e coquetéis molotov contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água.

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Mais cedo, o Tribunal Superior de Justiça (TSJ) da Venezuela ordenou aos prefeitos opositores dos municípios de Baruta e de El Hatillo, distritos Caracas, que retirassem as barricadas das ruas montadas durante os protestos.

Em comunicado, o TSJ afirmou ter ordenado aos prefeitos que cumprissem seu trabalho de "manter a ordem no trânsito" e "proteger o ambiente e a limpeza" dessas cidades.

Mais de 1,3 mil pessoas foram presas desde que começaram as manifestações, em fevereiro, e 92 ainda estão atrás das grades, de acordo com o governo. Os detidos incluem 14 agentes de segurança. Mais de 300 pessoas ficaram feridas nos distúrbios.

Emergência

Maduro convocou na quarta-feira, 12, uma reunião de emergência do gabinete presidencial para adotar "medidas drásticas" contra os assassinos de manifestantes. "Prenderemos todos", disse o presidente. "Tomaremos medidas drásticas contra aqueles que estão atacando o povo." / AP

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