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Tribunal adia decisão sobre oficiais que se rebelaram contra Chávez

Por Agencia Estado
Atualização:

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela adiou por um dia a decisão sobre a abertura de um processo contra quatro altos oficiais acusados de se rebelarem contra o presidente Hugo Chávez. Em contrapartida, grupos de chavistas que ocupavam as ruas em torno da Corte protestaram e fizeram ameaças, caso os militares rebeldes não forem castigados. Aproximadamente 500 simpatizantes do governo ocuparam os arredores do tribunal, advertindo que não sairiam do lugar até os juízes emitirem uma sentença. Gritando o lema "justiça, justiça, justiça popular", centenas de seguidores de Chávez bloquearam uma das avenidas do centro de Caracas à espera do veredicto. Cerca de 1,7 mil membros da Guarda Nacional e policiais cercaram as dependências do tribunal para garantir a ordem e evitar possíveis confrontos. Em meio à tensão, os magistrados pediram hoje um "tempo adicional" para avaliar o projeto, apresentado por um dos juízes que propõe o julgamento dos altos oficiais por rebelião. "Confiamos que os magistrados não se deixarão pressionar por esta série de manifestações", declarou um dos defensores dos militares dissidentes, René Buroz Arismendi. Conflitos O processo judicial contra o ex-comandante do Exército, general Efraín Vásquez, o vice-almirante Héctor Ramírez, o contra-almirante Daniel Comisso Urdañeta, e o brigadeiro Pedro Pereira reavivou os conflitos entre os setores governistas e opositores na Venezuela, deixando dezenas de feridos em Caracas na semana passada. A Defensoria do Povo venezuelana, por sua vez, questionou hoje a Polícia Metropolitana (PM) - sob o comando de um prefeito de oposição - por lançar objetos de um helicóptero contra a população e usar armas de fogo para controlar os últimos protestos em Caracas. "Sabe-se que este helicóptero (da PM) apareceu em Caracas lançando bombas lacrimogêneas durante os conflitos de rua na sexta-feira", disse aos jornalistas o defensor do povo, Germán Mundaraín. Ele afirmou que a Lei da Aviação proíbe o lançamento de objetos de "qualquer densidade, peso e volume" do ar e rejeitou a tese de que a aeronave policial foi usada em atividades "de combate" e não de vigilância. Por conta dessa acusação, o presidente Hugo Chávez proibiu no domingo os sobrevôos da força policial sobre Caracas, sem autorização prévia da Força Aérea. Mundaraín também criticou as "agressões" e o uso de armas de fogo por parte da PM para conter os manifestantes.

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