09 de outubro de 2021 | 04h54
O Estado do Texas voltou a conseguir autorização temporária para implementar uma lei antiborto, considerada a mais restritiva já aprovada nos Estados Unidos, em meio a uma batalha judicial contra o Departamento de Justiça dos EUA.
Na última quarta-feira, 6, o juiz federal Robert Pitman acatou uma ação movida pelo governo de Joe Biden e bloqueou a execução da lei ao considerar que a proposta sancionada privaria um direito já estabelecido. Mas o Tribunal de Apelações do 5º Circuito dos EUA, com sede em Nova Orleans, reverteu a decisão dois dias depois e voltou a classificar a medida como legal.
A lei proíbe a interrupção da gravidez após a detecção de atividade cardíaca do feto, que costuma acontecer após a sexta semana de gestação. Neste período muitas mulheres ainda não sabem que estão grávidas. A medida também não abre exceções em casos de estupro ou incesto e permite que qualquer cidadão que ajude uma paciente a realizar a interrupção da gravidez seja processado.
A decisão é temporária. Agora, a administração de Biden tem até a próxima terça-feira, 12, para se manifestar. O Departamento de Justiça entende que a lei seria inconstitucional, por ferir um veredito da Suprema Corte de 1973, que definiu o direito constitucional ao aborto até o período entre a 22ª e a 24ª semanas de gestação,
Em meio à disputa legal, uma organização que representa diversas clínicas de aborto no Texas, o Centro de Direitos Reprodutivos, pediu à Suprema Corte americana que interrompa a medida. A Corte já chegou a recusar a suspensão da lei anteriormente, quando permitiu que a medida fosse implementada sem avaliar a constitucionalidade da questão.
Ainda segundo o Centro de Direitos Reprodutivos, ao menos seis clínicas haviam retomado os serviços na última quinta-feira, 7, após a decisão de Pitman. /AP, AFP e REUTERS
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.