Tribunal confirma oposicionista na Presidência de Madagascar

Andry Rajoelina diz que vai abrir caminho para eleições no país dentro de dois anos.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O Tribunal Constitucional de Madagascar confirmou nesta quarta-feira o líder da oposição Andry Rajoelina como novo presidente da ilha na costa sudeste da África, rejeitando restrições legais para que ele assuma o cargo. Rajoelina, um ex-DJ, tem 34 anos de idade - seis anos a menos do que a Constituição exige para ocupantes do cargo. A decisão judicial é tomada um dia depois de comandantes militares da ilha anunciarem a transferência do poder para o líder oposicionista, em meio à onda de instabilidade política que atingiu o país. Com ajuda militar, Rajoelina venceu uma disputa de poder com Marc Ravalomanana, que renunciou ao cargo de presidente na terça-feira. Em pronunciamento no rádio, Ravalomanana havia dito que iria transferir o poder para o que chamou de "diretório militar". Mas o almirante Hyppolite Ramoroson anunciou que ele e outros líderes militares rejeitaram a proposta de Ravalomanana, optando por endossar a transição para Rajoelina. Ravalomanana estava sendo pressionado a abrir mão do cargo depois de semanas de distúrbios em Madagascar, que provocaram a morte de mais de 130 pessoas. Ele era acusado de abuso de poder. Após ser reeleito presidente, em dezembro de 2006, Ravalomanana abriu a economia do país para investimentos externos, mas correspondentes dizem que a medida não melhorou significativamente os indicadores sociais no país, onde 70% dos 20 milhões de habitantes vivem abaixo da linha da pobreza. A oposição passou a tomar as ruas em janeiro, exigindo a renúncia de Ravalomanana. Rajoelina disse que, como novo presidente, vai abrir caminho para a realização de eleições dentro de dois anos. A Zâmbia pediu a suspensão imediata de Madagascar da União Africana (UA) e da Comunidade pelo Desenvolvimento do Sul da África (SADC, na sigla em inglês). "A Zâmbia rejeita a mudança inconstitucional do governo em Madagascar", disse o ministro do Exterior, Kabinga Pande. A SADC condenou antecipadamente a tomada direta do poder por Rajoelina, e a UA pediu ao Exército que não transferisse o governo para o líder oposicionista, alegando que isso equivaleria a um "golpe de Estado". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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