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Tribunal confirma sentença que decreta prisão preventiva de Cristina Kirchner

Ex-presidente, contudo, seguirá em liberdade por ser senadora e ter foro privilegiado

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Por Redação
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BUENOS AIRES – Um tribunal da Argentina confirmou nesta quinta-feira, 20, uma sentença assinada em setembro para prender preventivamente a ex-presidente Cristina Kirchner, acusada de ter recebido milhões em propinas quando estava no governo. No entanto, ela seguirá em liberdade por ser senadora e ter foro privilegiado. A Câmara Federal de Buenos Aires, responsável por analisar os recursos apresentados pelas defesas dos acusados, considerou Kirchner a chefe de uma organização criminosa e ratificou seu processo, que se dará em julgamento oral, assim como o pedido de prisão preventiva que já foi feita pelo juiz Claudio Bonadio e um embargo de uma quantia de 1,5 bilhão de pesos (38 milhão de dólares).

Ex-presidente e senadora Cristina Kirchner é uma das mulheres que ocupam cargo no Congresso argentino Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

O ex-ministro e a ex-presidente são acusados de organizar uma quadrilha para receber propina, escândalo que ficou conhecido como caso dos “cadernos da corrupção”. Desde que o escândalo foi revelado, no início de agosto, dezenas de importantes empresários e ex-funcionários do governo foram processados. Alguns deles, em delações, afirmaram a existência do esquema a Bonadio e acusaram diretamente a ex-presidente e seu marido, Néstor Kirchner, morto em 2010. Entre os empresários envolvidos estão o pai, o irmão e um primo do atual presidente do país, também convocados a prestar depoimento. O caso começou depois da Justiça obter as anotações, fotos e vídeos feitos ao longo de uma década por Oscar Centeno, motorista de De Vido e do subsecretário de Coordenação de Planejamento Federal, Roberto Baratta. O motorista escrevia em cadernos quando recebia ordens para transportar milhões de dólares de empresários para serem distribuídos aos funcionários do governo envolvidos no caso. O material, segundo as investigações, comprova a existência de uma organização criminosa.  Na fase de instrução do julgamento, Bonadio afirmou que há indícios que apontam que Baratta e outros funcionários do ministério comandados por De Vido cobraram propina de diferentes empresários. O dinheiro era transferido depois, na maioria dos casos, em veículos conduzidos por Centeno. Segundo o juiz, no fim a propina acabava chegando aos verdadeiros beneficiários do esquema: justamente Cristina, Néstor e Julio de Vido. / AFP e EFE

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