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Tribunal decide hoje liberdade do criador do WikiLeaks

Por AE
Atualização:

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, já se encontra em um tribunal de Londres para a audiência desta quinta-feira que decide se ele sairá da prisão pagando fiança, após mais de uma semana detido. Assange se entregou à polícia na semana passada, pois é procurado pela Justiça da Suécia por supostos crimes sexuais.O australiano de 39 anos está sendo mantido em uma solitária quase ininterruptamente desde sua prisão, no dia 7. Ele obteve o direito à fiança na terça-feira, mas terá de usar um monitoramento eletrônico, não poderá mudar de endereço e ainda terá de pagar 200 mil libras como fiança. Os promotores que representam a Suécia, porém, apelaram da decisão. Esses promotores apresentarão seus argumentos na audiência de hoje.A Suécia quer extraditar Assange do Reino Unido para que ele seja interrogado nos casos de crimes sexuais envolvendo duas mulheres suecas em agosto. Ele nega ter cometido crime algum e seus advogados veem motivações políticas nos casos. A prisão coincidiu com o início da divulgação de cerca de 250 mil documentos diplomáticos vazados dos Estados Unidos pelo WikiLeaks. O vazamento enfureceu Washington.O processo de extradição pode levar meses. Um dos advogados de Assange, Mark Stephens, disse acreditar que o dinheiro da fiança possa ser conseguido ainda hoje. O diretor de documentários norte-americano Michael Moore, o cineasta britânico Ken Loach e a socialite Bianca Jagger estão entre os que contribuem para se chegar ao montante.ConspiraçãoPromotores federais dos EUA tentam elaborar um caso contra Assange e buscam evidências de conspiração em seus contatos iniciais com um analista de inteligência do Exército suspeito de vazar a informação, informou ontem em seu site o jornal The New York Times. O diário não citou a fonte da reportagem. Funcionários do Departamento de Justiça dos EUA tentam determinar se Assange encorajou ou ajudou Bradley Manning a obter documentos secretos do sistema de computação do governo, afirma o jornal. Os promotores avaliam materiais que incluem chats online, com os quais Manning afirma ter se comunicado com Assange usando um serviço de conferências pela internet criptografado, enquanto o soldado baixava os arquivos do governo, diz a reportagem.O NYT informou que os funcionários do Departamento de Justiça não quiseram comentar o caso, mas uma pessoa familiar com o tema disse que o departamento parecia interessado em processar Assange como um conspirador auxiliar no caso, pois o órgão busca transformá-lo em um exemplo, para evitar novos vazamentos similares na internet. As informações são da Dow Jones.

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