Tribunal expulsa advogado do general Ríos Montt

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O Tribunal de Sentenças de Alto Risco da Guatemala expulsou hoje o advogado do general aposentado Efrain Ríos Montt, logo após o defensor desafiar a autoridade da juíza Jasmine Barrios. A magistrada, ao lado dos juízes Patricia Bustamante e Paulo Xitumul, é encarregada de julgar o militar, que foi presidente do país entre 1982 e 1983. Ele é acusado de genocídio e crimes contra a humanidade pela morte de 1.771 índios da etnia Ixil.O trio de juízes ordenou a expulsão do advogado Francisco Garcia Gudiel e revogou seu poder para representar Ríos Montt. Gudiel saiu da sala aos gritos. Ao mesmo tempo, o tribunal ordenou a César Calderón, advogado do também militar José Rodríguez Sánchez, outro acusado por genocídio, que assumisse a defesa de Ríos Montt.Calderón, contudo, rejeitou o pedido aos gritos. "Eu não assumo, não assumo... Eu vim aqui para um julgamento, não para um linchamento", disse. Outro membro da equipe de defesa, o advogado Moisés Galindo, assumiu a defesa de Ríos Montt.Neste cenário, o tribunal ordenou um recesso do julgamento, que pode durar várias semanas e até meses. As partes irão apresentar mais de 150 testemunhas, vários especialistas e milhares de documentos que tentam provar a cadeia do comando militar, que teria sido responsável por assassinatos, massacres, estupros, desaparecimento e deslocamento de milhares de pessoas.Vítimas, familiares e ativistas de direitos humanos abarrotaram a sala do tribunal para presenciar ao histórico julgamento, enquanto nos arredores do edifício se concentraram dezenas de ativistas para apoiar os indígenas ou os militares acusados de assassiná-los. As informações são da Associated Press.

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