Tribunal mexicano faz reunião para decidir eleições

Resultado final das eleições deve ser divulgado até dia 31 de agosto. Vicente Fox, do PAN, deixará o cargo em 1 de dezembro, depois de um mandato de seis anos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Tribunal Eleitoral do México começou uma reunião nesta segunda-feira para resolver a disputa em torno das eleições de 2 de julho. Todas as 375 denúncias apresentadas sobre os resultados oficiais, que deram uma vantagem de 240 mil votos ao candidato do PAN, Felipe Calderón, em relação a André Manuel López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, do PRD. Nesta segunda-feira, também é esperado um resultado sobre a recontagem parcial iniciada no dia 5 de agosto. Mas o México pode não ter um presidente eleito. De acordo com a lei do país, o Tribunal deve resolver todas as disputas eleitorais até dia 31 de agosto. Os resultados de alguns colégios eleitorais ou até de toda a eleição pode ser anulado. O vencedor das eleições deve ser divulgado até dia 6 de setembro. As disputas em dois estados do sul do país agravaram a crise política e grupos ameaçaram invadir embaixadas. López Obrador organizou manifestações e bloqueios das principais ruas da Cidade do México, afirmando que uma fraude causou a vantagem de menos de 0,6% de Calderón. Mesmo assim, afirmou que não vai aceitar nada que não seja a recontagem total dos votos e prometeu continuar os protestos durante meses e até anos. López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), convocou uma manifestação em massa para o dia 16 de setembro, Dia da Independência do México, na principal praça da capital, onde seria declarado "presidente alternativo" do país. O candidato do Partido da Ação Nacional (PAN), Felipe Calderón, também apresentou uma série de denúncias ao tribunal, com a finalidade de incrementar sua vantagem sobre o adversário do PRD. No domingo, PAN e PRD mudaram de lugar na disputa das eleições do estado de Chiapas, sul do país, onde as autoridades indicaram Juan Sabines, do PRD, vencedor. A diferença entre ele e José Antonio Aguilar, do PRI, foi de 6.300 votos. O candidato do PRI contava com o apoio do PAN, que tentava impedir a vitória de Sabines. Agora, o PAN apóia Aguilar na tentativa de invalidar os votos, alegando que o atual governador, Pablo Salazar, ajudou na fraude para que Sabines fosse eleito. O estado de Chipas foi cenário de violência em 1994, quando rebeldes zapatistas tomaram várias cidades e povoados da região. Oaxaca, estado vizinho, também passa por agitação política, com professores e lideres de esquerda enfrentando policiais, incendiando veículos e ao menos uma casa, e obrigando turistas a passar por pedágios improvisados. Neste domingo, manifestantes disseram que levariam as ações para todo o país, tomando embaixadas na cidade do México, caso não hajam avanços nas negociações mediadas pelo governo federal sobre a destituição do governador Ulises Ruiz, que reprimiu os protestos na região.

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