21 de março de 2011 | 00h00
Por telefone, o representante de Muamar Kadafi garantiu a Ban que o país respeitaria o cessar fogo e fez um apelo para que os ataques não ocorressem. Ban, porém, revelou a seus assessores que o premiê aparentava "bastante desesperado". Horas depois, Ban ainda confirmaria que o líbio pediu para que ele freasse a ação internacional.
Em troca, o premiê garantiria à ONU a autorização para que uma missão entrasse no país para monitorar o cessar fogo. Nada disso convenceu Ban, que disse duvidar da capacidade do regime de manter um discurso coerente. "As autoridades líbias me garantem que cumpririam a resolução pedindo que não atacassem rebeldes e civis. Mas eles não mantém suas promessas."
Ban revelou não ter querido falar diretamente com Kadafi devido as suas declarações nos últimos dias. A ONU, porém, não fechou as portas ao diálogo. Mas Ban insistiu que a única forma de evitar uma ação militar seria a interrupção de todas as iniciativas militares por Kadafi. "Minha única esperança é de que as autoridades líbias respeitem a resolução do Conselho de Segurança, declarem um cessar-fogo e tomem medidas para proteger a população", afirmou.
Ban insistiu que Kadafi estava sentindo a "vontade unida" da comunidade internacional e alertou que os responsáveis pelos massacres terão de ser levados às cortes internacionais. "Kadafi tem matado sua própria população. Isso é inaceitável."
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